2.8.06

LER E DEPOIS


Há dias, numa feira de livro perto de Lisboa, "arranjei" o "par" que me faltava dos livros de ensaios literários de Óscar Lopes editados pela Inova, do Porto, o "Ler e Depois". O outro livro intitula-se "Modo de Ler". O "Ler e Depois" foi publicado em 1969. Ou seja, em pleno "fascismo". Lopes não esconde - pelo menos nas partes que li - a sua "formação" doutrinária e, nem por isso, fica diminuída a escrita. Pelo contrário, lêem-se citações de autores que só nas décadas seguintes emergiram como as chamadas "grandes referências" ou de outros, como Heidegger, cujo "modo de ler" de Óscar Lopes ajuda a compreender, mesmo que em longas e perspicazes notas "de pé de página". A minha "leitora" Joana Carvalho Dias, que foi aluna de Lopes na Faculdade de Letras do Porto, deu azo, sem querer, a esta lembrança. É que aos livrinhos dele e do seu companheiro da "História da Literatura Portuguesa", António José Saraiva - incluindo a "correspondência" entre ambos editada pela Gradiva - , deve-se sempre voltar. Nunca se perde nada.

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