22.7.06

TRAMADOS

Fazer de conta que o Líbano não existe, como população e como nação, apenas porque um bando de terroristas partilha o seu território, é uma monstruosidade sem nome. O "país do cedro" está em vias de ser metodicamente destruído pelos soldados sem rosto de Israel. Quinhentas mil pessoas em debandada, simulacros de lugares para viver por todo o lado e mais de trezentos mortos "civis" não chegam para redimir as criaturas de dois soldados israelitas, o pretexto mais ironista dos últimos tempos? Ao contrário de Pedro Lomba, não nutro nenhuma simpatia especial por Israel, não sendo propriamente de "esquerda" ou "amigo" de bandidagem política. Isto é, respeito o estado e a nação judaicas e o seu direito óbvio à existência, mas não nutro nenhum tipo de temor reverencial ou "ternura" pela "causa". Têm, eles e os palestinianos, o mesmo direito à terra, a uma terra. Neste contexto difuso, o melhor de Mário Soares veio, de novo ao de cima, com uma entrevista dada a um jornal espanhol. Ao fazer o que está a fazer - invadir e destruir uma nação independente e tudo o que apanha pela frente em nome do seu doentio niilismo umbiguista - Israel limita-se a acicatar o que os seus inimigos mais gostam, o puro terror e a pura destruição. Ao arrepio do que Bush, Blair e Israel supunham, a "cosmogonia" terrorista está viva e de boa saúde, desde o Médio Oriente ao Afeganistão, reforçada pela inconsciência destes zelosos "polícias" do nosso maravilhoso mundo ocidental. A Europa, como bem lembra Soares, navega dramaticamente à vista. Para não ser muito complacente com a situação criada na "comunidade internacional" - essa farsa alimentada pelas revistas da especialidade -, estamos, na verdade, todos bem tramados.

11 comentários:

Anónimo disse...

CORRECÇÃO:
Certo, Luikki:
para que serve a mili, no contêxto actual, se não fôr para ser usada?
Composta apenas por «voluntários», bem pagos logo caros, para quê se não forem usados?
Apesar de outra questão: para empenhar um milhar no exterior, admitindo dever haver 3 mil no sistema, para quê um exército de mais de 20 mil?
E um MDN com mais de 40 mil?
À atenção dos contribuintes.

7:13 PM

Anónimo disse...

Eu também não nutro nenhuma especial simpatia por Israel. E contesto mesmo a forma como aquele estado foi formado. Mas como se pode defender que têm direito à existência e ao mesmo tempo criticar quando atacam um país vizinho que alberga um grupo armado que inicia uma ofensiva contra Israel (um país sem profundidade geográfica capaz de resisitir a um ataque clássico). E como criticar que as infraestruturas que apoiam a existência desse grupo sejam destruídas?
Não haverá antes uma má consciência sem coragem para dizer alto e bom som que Israel não tem o direito à sua existência?
E porque Mário Soares não grita alto contra a ocupação do Líbano por grupos que não são libaneses, pondo a sua população em constante perigo? (ouvi na televisão uma mulher libanesa reclamando dessa situação)
Se Marrocos se colocasse na Andaluzia e atacasse de lá a Quarteira, não teríamos o direito de atacar a Andaluzia, por muito belas que sejam as andaluzas e muito feia que seja a Quarteira?

Anónimo disse...

Para João Gonçalves, então, um país soberano defender-se (sim, defender-se) como pode, para onde o empurram, é um "doentio niilismo umbiguista"...
O que tem acontecido desde o abandono do Sul do Líbano e da Faixa de Gaza?...
Morrem libaneses inocentes - ninguém decente se deve alegrar com isso, mas como evitá-lo quando o Hezbollah, corajosamente, se mistura com a população?
Sinceramente, Israel deveria pacatamente continuar a deixar-se bombardear? Como actuaria qualquer outro país? Qual a alternativa? Qual?

Anónimo disse...

Se um conflito armadado se prolonga muito tempo,acaba em que todos têm razão.....este , queiram ou não,fronteiras,raças,etnias,relegiões, é uma Guerra Civil fora de fronteiras.
Na guerra Civil o derrotado não vai para longe, fica lá.Esta a tragédia do povo da região,com partidos sub-contratados para fazerem os interesses de quem pretende ser a potência regional, o Irão. Israel, um Estado confessional, não é uma democracia como se diz, não bastam as eleições.
Que fazer?

António Viriato disse...

Há muito que o Líbano não conta como País soberano e independente, tendo-se tornado num progressivo feudo da Síria e agora também do Irão, para prepararem, quando sentirem oportunidade azada, a destruição do Estado de Israel. Este naturalmente tem de defender-se e, muitas vezes, também se excede na proporção da resposta. Mas como sair desta lógica de exercício de ódio recíproco infernal e inesgotável ?

Anónimo disse...

Pena no Libano tenho da minoria cristã que durante décadas combateu a barabrie do sirios, e que na sua maioria foi obrigada a sair do Libano antes que desaparecesse do mapa.
Porque que é que os maus estão sempre no ocidente? Eles nem têm fundamentalismo islãmico e são países democráticos. Devemos ser nós que estamos enganados. Chega de tanta propaganda anti-ocidental!

Anónimo disse...

Eu se tivesse uns poços de petróleo garanto que punha estes intelectuais e homens de esquerda a dizer o que eu lhes dissesse como aliás acontece relativamente ao governo de que duma forma ou doutra dependem.
Mas porque não vão reconquistar Olivença? Se fazem tanto barulho de apoio a uns tipos barbudos pagos pelo Irão que os tais milhares de Brasileiros,Franceses, do Reino Unido , apesar do seu convívio com a democracia não trataram nunca de erradicar o que é que querem?
É só derrotistas e pacifistas da treta...
A um CRIME deve corresponder um CASTIGO já que ninguém actuou antes...
Como por cá estamos habituados a dar pensões a ex-assaltantes de bancos e ex-prevericadores com carreiras estragadas compreende-se que o sentido de justiça de facto não ande lá muito bem apurado...
Com os outros não será assim... pois eles vão mandar estas opiniões de trampa para o "arquivo" do esquecimento.
Até parece que ando noutro planeta.Só me saem híbridos originários da merda dum regime de merda!

Anónimo disse...

A um crime deve corresponder um castigo proporcional e não desajustado.

Anónimo disse...

Uma pena, que o Irão não se meta mais claramente no processo.
Que rica oportunidade para uma iniciativa USA, semelhante à de Israel.
O complexo militar industrial USA agradeceria.
E com o Irão desfeito, algum novo poder ali surgiria,
necessitando naturalmente, da ajuda americana à sua economia.

Anónimo disse...

e etc. ora zumba na caneca!

Anónimo disse...

proponho a mudança dos estado forjado de israel para a Mongólia...mas iria ficar com pena dos chineses, dos norte e sul coreanos, dado o nivel de divertimento que se instalaria á sua porta e nós aqui ficavamos numa enorme pasmaceira...