6.7.06

A ALMA DO NEGÓCIO

O governo aprovou em conselho de Ministros as novas leis orgânicas de todos os ministérios, com excepção da Defesa. Esta torrente legislativa "explica-se" por causa do PRACE e, alegadamente, por causa da redução de serviços dentro de cada ministério. Vamos ver até onde o governo tem coragem para "mexer". Há dezenas de "organismos" - intermédios, regionais e centrais - que não fazem rigorosamente falta nenhuma. Eventualmente até alguns ministérios poderiam desaparecer e dar lugar a secretarias de Estado acopladas a outro. Investir nos "serviços de linha" - que "atendem", curam, garantem a segurança ou ensinam, por exemplo -, "desinvestir" nas grandiosas direcções-gerais que se ocupam em "roer papel", acabar com centenas de chefias "em cascata", etc., etc., poderiam ser passos importantes num sentido de racionalizar o quase irracional. Todavia, temo que estas "mudanças" - que implicam mais burocracia e mais custos internos - não sejam acompanhadas de mudanças nos "gestores". Com a entrada em vigor das novas leis, "caem" todos, correndo-se o sério risco da maior parte deles ser reconduzida ou substituída por um "garoto" ou uma "garota" empinados. Ora, no "gerir" da coisa, mais do que na sua forma, reside a "alma do negócio". Um "tira dali e pôe aqui", sem mais, apenas para poupança, cosmética e chatear, não resolve, a prazo, coisa alguma.

1 comentário:

Anónimo disse...

Curioso. Entre os ministérios mais fáceis de reorganizar (MDN) aproveitando para racionalizar de vez as FA,
Nada!
Um espanto!
Talvez devido à velha questão da «consciência colectiva» versus «vontade do pôvo».