"Por direito divino e por humano / Creio que deve ser restituída / À grande Estupidez a dignidade / Que nesta Academia gozou sempre./ (...) Ponhamos como dantes estas coisas / Em seu antigo ser; como bons filhos / Recebamos a nossa Protetora / O que foi sempre seu, em paz governe". Este poema de Francisco de Melo Franco, do século XVIII, ilustra bem o presente estado de "sul-americanização" dos nossos "costumes" políticos. O inevitável declínio deste "regime", cada vez mais próximo de um "cadaveroso reino da estupidez" (Ribeiro Sanches), tem lugar, como sempre teve, às mãos dos seus mais insignificantes epígonos e com o beneplácito de uma habitual mão cheia de idiotas úteis. O silêncio voluntário ou involuntário de Marcelo vai soar bem mais alto do que toda a berraria junta da oposição. Convém, pois, não esquecer este 6 de Outubro e lembrar as palavras de um fidalgo português, D. Luís da Cunha, em 1735: "o procedimento da Inquisição, em lugar de extirpar o Judaísmo, o multiplica. E Fr. Domingos de Santo Tomás, deputado do Santo Ofício, costumava dizer que assim como na Calcetaria havia uma casa onde se fazia moeda, no Rossio havia outra em que se faziam Judeus".
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