Chego a casa depois de assistir à estreia da peça dos irmãos Presnyakov, No Papel da Vítima, no Teatro Nacional D. Maria II. Ligo a televisão para me "esclarecer". Nem que fosse de propósito, aparece-me o Dr. Santana Lopes à saída de uma audiência com o Presidente da República. Pela primeira vez desde que é 1º ministro, Lopes está nitidamente irritado e inconformado. Logo a ele, que só quer "baixar os impostos" e tratar de "assuntos financeiros" bem como de outras urgências pátrias, logo a ele, dizia, acontece-lhe "um Marcelo". Os jornalistas a quem ele trata permanentemente com "elegância", não querem saber de outra coisa. Santana quase que estrebucha, articula mal e responde torto. Em dois minutos, "dá a volta ao texto" e diz-se vítima de "ataques pessoais". Logo a ele, ao "elegante", ao "correcto", lhe havia de calhar tremenda fronda, alimentada todo o santo dia por pessoas que ele até "respeita" e por muitas outras que não o "queriam como chefe do governo". Em suma, Santana incomodado e à beira da "cabeça perdida", já intuiu, e bem, o pior. Como tal, refugiou-se no seu imenso ego ferido, reduzindo o "ruído" à sua fantástica pessoa, vista, como sempre e só ele a consegue ver, no papel da vítima.
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