16.10.04

ERASED




A Dra. Manuela Ferreira Leite não é propriamente uma militante anónima do PSD. A própria ao Expresso: "Fui tratada pelo meu partido como uma ilustre desconhecida. Ninguém me conhece na minha secção, fui riscada dos cadernos eleitorais e, agora, não posso votar nem ser eleita". Para a burocracia partidária, Ferreira Leite não teria as quotas em dia e, na hora de votar para escolher na secção os delegados ao congresso, estava pura e simplesmente "apagada". A "elegância" de Santana Lopes é selectiva e vingativa. Ferreira Leite, e com ela muitos outros, pagará em prestações suaves o preço de se ter oposto ao novo timoneiro no conselho nacional do partido e perante o país. Também na Praça do Comércio, o seu sucessor "popular" tem feito de tudo para remover o seu esforço, discutível mas inegavelmente sério e patriótico, para o lixo. Ferreira Leite, Marcelo, Marques Mendes ou Pacheco Pereira incomodam profundamente esta gente sem outro escrúpulo que não seja o da sua bronca ambição. A corrupção ética em vigor e a cacicagem sabuja não conhecem aparentemente quaisquer limites. Numa entrevista a uma rádio, quebrando a jura de um profiláctico silêncio, Jorge Sampaio tornou a legitimar a "situação" e a desejar o seu sucesso. Já sabíamos de há muito que ele também tinha sido "apagado" fundamentalmente por si mesmo. Agora temos a certeza.

1 comentário:

Anónimo disse...

É assim a vidinha. Quando já não servem ou incomodam demasiado os poderosos do momento, vão para o caixote do olvido, votados ao ostracismo, para o lixo. Assim acontece aos velhos, aos inválidos, aos pobres, aos que têm a coragem da coerência e da honestidade.
Também aos sabujos e aos vendidos. Mas desses não mais rezará a História.