4.1.06

A CULTURA

No seu "Fio do Horizonte", do Público, Eduardo Prado Coelho fala da cultura e da sua tutela política. Lembra que Isabel Pires de Lima e Mário Vieira de Carvalho, respectivamente a ministra e o secretário de Estado, lhe suscitam "a reserva comum" de terem pertencido ao PCP. EPC "esquece-se" deliberadamente que, em pleno PREC, ele não era outra coisa, tendo recebido como prebenda a então Direcção-Geral da Acção Cultural, entre 75 e 76. O nome, aliás, diz tudo. Tirando esta pequena peripécia, o resto do artigo (sem ligação) parece-me correcto e assenta em duas ou três ideias-chave. A primeira, consiste na "política" de nomeações, excessivamente "colada" ao PS e aparentemente sem grande razoabilidade, se bem que, nesta matéria, a lógica e a razão pesem pouco. A segunda, decorre da inexplicável manutenção em funções de determinadas pessoas na gestão de organismos do Ministério ou na sua dependência. Finalmente, a péssima sensação de que Pires de Lima - uma mulher amabilíssima, culta e disponível que conheci o ano passado - anda, por vezes, a reboque dos acontecimentos. EPC fala em "crise na Cultura". Eu não iria tão longe, mas gostava que, neste sector, este ano começasse melhor do que acabou.

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