26.2.08

A QUERELA


Na querela Maria de Lurdes Rodrigues/professores é difícil entrar. O "eduquês", uma especialidade destes trinta anos de democracia, distinguiu-se precisamente por criar um mundo muito seu, fechado e corporativo, que a vasta rede de sindicatos de professores anima. Não é seguro que esse mundo tenha acompanhado o mundo cá fora. Basta ver o espanto e a legítima revolta dos professores quando, em vez de turmas de meninos e meninas, dão de caras com gangs de badalhocos ignorantes e promíscuos dispostos a vandalizar as escolas porque sim. O professor - muito por sua culpa e por culpa das "técnicas pedagógicas progressistas" - viu minada a sua autoridade perante os alunos e, em casos extremos, perante pais de alunos que são piores que os filhos. A demagogia associada às "novas oportunidades" é apenas mais um prolongamento da velha retórica optimista de que não há maus rapazes. Há. E o "sistema" não está preparado para os enfrentar. As "reformas" de Maria de Lurdes Rodrigues revelam essa impreparação e esse irrealismo ao atirar com mais burocracia para cima de uma burocracia cheia de vícios acumulados em décadas de complacência e de desleixo. A ministra tem alguma razão e os professores também, mas o círculo é mesmo vicioso. Sem disciplina e autoridade impostas nas escolas, mesmo ao arrepio da mítica "autonomia" dos professores e das ditas escolas, a educação não muda e não prepara os meninos e as meninas (os que desejam preparar-se) para o "futuro". A querela em curso - que já anda pelos tribunais como se os tribunais "governassem" - não muda um átomo da natureza das coisas. E, sobretudo, não muda a natureza dos homens. Isto é mais básico do que o ensino com o mesmo nome.

28 comentários:

Anónimo disse...

Como professor, subscrevo praticamente tudo o que foi dito no post. Realmente há uma coisa que a opinião publica tem que perceber. Mais do que uma reacção corporativa por uma eventual retirada de "privilégios" da classe, como muitos gostam de atirar para o ar. Esta revolta e este mal estar que se assiste hoje, é também um valente murro na mesa, contra todos aqueles que dos gabinetes ministeriais têm feito da Educação uma aventura desgovernada. Onde os professores têm tudo menos autoridade, onde é verdade sim senhor, passa tudo para enfeitar as estatísticas da propaganda. Este laxismo pós-25 de Abril há muito que se instalou na escola, e não é (só) por culpa dos professores. Passamos o tempo à volta de toneladas papel, como se isso fosse condição sine qua non para um ensino eficaz. Pois é, ainda ontem, e depois de toda esta loucura toda, ainda há gente se insurga contra as reprovações... como é possível??
Rigor, disciplina e mérito andam arredados à muito da actual escola.
Quanto aos pais, seria interessante e bem possível fazer ums estudo a nível nacional sobre a percentagem de pais que normalmete vão à escola, seria muito interessante...Eu sou um dos que não vou, como??, não posso,fico a nadar na piscina da burocracia e ando a pedir aos alunos para tentar concluir o 2+2!!!!

FNV disse...

Quando você abandona ( por instantes) o pathos pathologicco é muito melhor. Excelente post.

Anónimo disse...

Ó senhor professor olhe que "à muito é calinada". Escreva antes "há muito".
A falta de autoridade dos professores resulta de a mesma não ser exercida por todos já que os "progressistas" entendem que, na escola, cada um caminha no seu ritmo e comporta-se como é da sua cultura. E é desta divisão e da cobardia dos que, diariamente ofendidos, não distribuem meia dúzia de tabefes para deixar claro quem manda, que não iremos a lado nenhum haja ou não avaliação, mais dinheiro e mais legislação.
O granel é uma pandemia nas escolas. Assumam-se como professores, deitem borda fora os folcroristas tão bem representados ontem no programa da RTP (ele é t-shirts, má criação, comportamento de claque..., que belo exemplo). Com gentinha desta não se faz escola a sério pois afinal estes exemplares já são produto da escola que há muito temos.
Por último a pobreza do discurso dos professores intervenientes é confrangedora. Todos meteram a cassette e... mais do mesmo.
Excepçãp para um dos presentes, homem maduro, que ama a sua profissão e tem orgulho no que já fez e faz. A paixão com que falou da escola comove quem, como ele, há muitos anos se diverte a ensinar ainda que com pouca paga e com muitos "coiros" ao redor.
Por fim, poupem o País à loura burra do PSD que, para além de confundir a escola com o seu umbigo (será que se candidatou a ministra do Menezes?!) é malcriada. Não admira pois que os alunos lhe sigam o exemplo.
"Ninguém sai às pedras da calçada...". Sejam exemplo + exemplo + exemplo. Pensem nisso!

joshua disse...

O que a Ministra punitiva ministrou foi isto: acréscimo punitivo de burocracia e uma burocracia que afasta os docentes das pessoas concretas dos seus alunos, que afasta os docentes da manipulação concreta das situações do dia-a-dia para uma Bizâncio Nova de papeladas complex.

Por exemplo, o Regime de Avaliação gizado punitivamente é um Elefante impossível, é uma Quimera que integra tudo: pernas de Sáurio e cauda de Baleia Azul. Tem tanta exequibilidade temporal como beber o Tejo por uma palhinha em três meses. É uma Sopa de Pedra, que leva a pedra e quantos ingredientes infinitos se queira.

No entanto, aí está, punitivamente, para mostrar serviço e inflexibilidade.

Da punitiva Ministra diz-se que é do melhor tecnicamente. Talvez seja. No plano estrito do que era necessário implementar na Escola Pública, a saber, Autoridade, Disciplina, Rigor, Contenção Imiscuinte Paternal, só se fodeu com a vida pedagógica tantas vezes penosa e cheia de baixios fora-da-lei discente.

Tudo se fez rumo a uma desmoralização estigmatizante e degradante que, quanto a mim, era, no fundo, a Primeiríssima Meta de esta Legislatura: sacudir da docência, a bem ou a mal, o excesso de macacos professorais na Árvore Enorme do Sistema.

Macacos Bons, Macacos Maus, não interessa. O que importava era aligeirar a Árvore e cumprir o desígnio orçamentalístico que se impunha emagrecido.

Em suma, João, não acredito nem vejo Razão ou Bondade em coisa nenhuma de este Ministériozeco da Educaçãozeco. Ter razão não chega. É preciso não agir como uma Mafiosa Barata, adorar como adora a crispação, adorar como adora a conflitualidade, ainda para mais num domínio Sério, Complexo e problemático como o da Educação. Ser Mafiosa Barata é simplificar.

Por isso mesmo, em Portugal Ensino e Educação são coisas que rareiam: o que abunda é o Pró-Forma da Escola onde se entra por um lado Sem Saber e se sai pelo mesmo lado Ignorante, Piorado nas chamadas Competências, aversivo à própria Escola e sem qualquer Upgrade Humanístico.

PALAVROSSAVRVS REX

Anónimo disse...

Bom, eu fui transitoriamente professor há muitos anos e o que hoje está na odem do dia e me deixa estupefacto é como vai ser feita a avaliação dos professores, a meio de um ano lectivo.
Comparar as notas que cada um der com uma enorme quantidade de parâmetros, atribuir ponderações, empregar nessa tarefa tempos e energias infinitas e, como é fácil de imaginar, fazer tudo isso (caso se consiga) apenas para se dizer que se fez (parece óbvio que não poderá haver outra utilidade, tal o grau de improviso com que o processo não poderá deixar de decorrer) é de gente que não anda com os pés na terra nem está no seu perfeito juízo.

Carlos Sério disse...

A ministra não tem qualquer razão. A sua única preocupação, como qualquer burocrata, é unicamente reduzir a Despesa da Educação. O resto são artifícios que procuram apenas esconder esse seu único e objectivo socretino.

Anónimo disse...

A grande mudança ou reforma que ainda não está feita é a noção de que as crianças não vão à escola, nem vão para a escola, mas "vivem" na escola.

Aí passam a maior parte do tempo activo, almoçam, convivem nos intervalos, sociabilizando-se e aculturando-se.
Quando chegam a casa os pais ou ainda não chegaram ou quando chegam pouca atenção lhes dão porque estão cansados e ainda têm muito trabalho pela frente.

Por isso os adultos com quem vivem são os professores e com eles se identificam. Tudo o que um professor é (e digo um porque inconscientemente escolhem um substituto da parentalidade), faz, pensa e diz é absorvido e adoptado por necessidade afectiva.

Quando o Ministério fala de não reter alunos até ao 9º ano, o que eu entendo é: Se um professor tiver a consciência de que a sua relação com o aluno lhe pode mudar a vida e que tem nas mãos muitas vezes uma oportunidade única de o "salvar", não desiste dele nunca. E se um aluno não sabe ou não estuda, o prof. vai saber porquê e não descansa enquanto não começar a ver resultados.

Mais. O prof. tem que se sentir responsável que o aluno consiga um 10 (objectivos mínimos). Do 10 ao 20 é com o aluno.
Não podemos ir a reuniões de pais em que os professores dizem que na sua disciplina houve 50% de negativas como se não tivessem nada a ver com o assunto.

Talvez o conceito do Director seja para dinâmizar uma equipa nestes moldes.

Do que eu não tenho dúvidas é que a autoridade do professor é directamente proporcional à boa relação que tem com os alunos.

O problema da Ministra talvez seja o de tentar introduzir este espírito por decreto.

PS Como é que a Dra. loira poderá manter a ordem na aula dela se os alunos a virem falar "por cima" de outra pessoa? Esta falta de educação a toda a prova, será vista pelos alunos como "modelo" vencedor.

FNV disse...

Adenda: há no entanto um detalhe e que se relaciona com o espírito de decadência. Fica para um post.

Anónimo disse...

caro João Gonçalves

Surpreendeu-me! Até parece que é professor.

Carlos Sério disse...

Num país democrático, será condição necessária para o êxito de implantação de “reformas” aos serviços prestados pelo Estado, o esclarecimento, o diálogo, com os profissionais do sector da aplicação da reforma, de modo a chegar-se a um compromisso entre as partes. Porque se entende e bem, que será imprescindível o apoio maioritário dos trabalhadores para o sucesso de qualquer reforma. A vivência democrática será isso mesmo – o permanente diálogo social.

Esta, uma das razões porque em Democracia as forças profissionais se encontra legalmente organizadas. Só em regimes totalitários as reformas promulgadas não são discutidas com os profissionais do sector. Aqui, a força obrigará os trabalhadores ao seu cumprimento.

O modo como este governo pretende implantar as “reformas” da Educação, pela força e não pela razão e diálogo, irá seguramente condená-las ao fracasso. Sem a força dos regimes totalitários, (ainda que se recorra a processos de intimidação usuais em regimes não democráticos como foi o caso da identificação pela policia dos professores que falaram para a comunicação social recentemente no Porto), não será possível levar por diante um qualquer processo de reforma. O governo de Sócrates, pretende o impossível – governar e aplicar reformas do mesmo modo e usando os métodos de aplicação comuns aos regimes totalitários. É uma contradição impossível de ultrapassar, que só a pobreza ideológica de Sócrates não vê. Por mais Prós e Contras ou por mais entrevistas dadas pela ministra da Educação, cada vez é mais óbvio o fracasso desta politica do “quero, posso e mando”.

Pável Rodrigues disse...

Sábias palavras Joshua : ..."Da punitiva Ministra diz-se que é do melhor tecnicamente. Talvez seja. No plano estrito do que era necessário implementar na Escola Pública..."
Pois é, em terra de cegos, quem tem um olho, mesmo que seja de vidro, é rei.
E é assim que :.".Por isso mesmo, em Portugal Ensino e Educação são coisas que rareiam: o que abunda é o Pró-Forma da Escola onde se entra por um lado Sem Saber e se sai pelo mesmo lado Ignorante,..."
-Parabéns pela objectividade com que analisa esta crise, já há muito anunciada. Mas permita-me que questione:
-Reconhecendo nós que o que foi feito, pelos nossos "geniais abrilistas" , sobretudo no que se refere a políticas da Educação, é miserável. Mas reconhecendo, também, que sem ovos ( isto é, sem um governo capaz), não se fazem omoletes ,como sair desta verdadeira catastrofe nacional? Política de Educação em Portugal, só houve, que eu saiba,no tempo do Marquês...

Anónimo disse...

Se espantar-se com os bandos de badalhocos ou não calar a fraude do Novas Oportunidades é estar desligado do mundo cá fora, então mal vai o mundo cá fora porque só os bandos de badalhocos e oportunistas não se espantam com essas coisas.
A linguagem é bué transparente. A realidade é que é dificil de compreender.

Anónimo disse...

A Milú Rodrigues é uma ex-marxista de duvidoso passado bolchevista. Como todos os outros dessa sinistra espécie (Pinas, Zitas, Linos, Judas, etc.) concilia o pior de dois mundos.
Tem a determinação estalinista de exterminar os profs.
Tem a arrogância dos recém convertidos ao liberalismo de acabar com o ensino público.

Anónimo disse...

Pável Rodrigues disse...

"Política de Educação em Portugal, só houve, que eu saiba,no tempo do Marquês..."

No tempo de Salazar tambem houve uma politica de educação definida. Aliás o ultimo ministro decente da educação que existiu em Portugal , data desse tempo. Foi o Professor José Hermano Saraiva, um Ministro da educação com M grande. Depois dele veio Veiga Simão, que deu inicio à introdução das teorias educativas pseudo progressistas no ensino, inserindo no Ministerio, em lugares de responsabilidade, pessoas afectas a essas teorias.
A partir do 25 de Abril, desapareceram completamente as limitações ao poder dessas pessoas no Ministerio e passaram a ser as teorias pseudo progressistas a reger a educação em Portugal...com os resultados que estão à vista.

VANGUARDISTA disse...

Talvez seja melhor varrer a casa e convidar o Prof. José Hermano Saraiva para a arrumar!
Ainda está vivo e será dos poucos que sabe o que é uma politica de ensino para o país real.

osátiro disse...

A Ministra não sabe o que faz:
Os alunos não chumbam com faltas injustificadas???
Os profs t~em boa avaliação se derem boas notas?
Só isto é suficiente para se ver o pouco q há dentro daquela mona.

Anónimo disse...

Sintomático, diria eu, ao primeiro comentário.
Que os professores estejam a dar um murro na mesa a todo o descalabro do ensino......... apenas e quando...lhes tocam na carreira.
Que pena, acrescentaria.....
Fico assim com a certeza que o mal, o mais importante quiçá unico é este ultimo.
E lá vamos cantando e rindo ... eu tambem vou ver se consigo acreditar nesses murros.

Anónimo disse...

Como é fácil (e atrevido e espantoso...) dissertar sem nunca se ter confrontado com uma turma dentro de uma sala...sem saber, de conhecimento feito, o que é a verdadeira realidade... não a realidade dos burocratas ideólogos dos gabinetes, inequivocamente fazedores de gerações de gente menor mas ignorantes diplomados. Refiro-me, principalmente, a alguns comentadores deste post, gente que fala do que não conhece. Com o atrevimento dos ignorantes.

Anónimo disse...

Tem absoluta razão no seu comentário mas como dizia o general romano é difícil governar um pouco que não se deixa governar. Como difícil é rimar "autonomia" com passar as culpas sempre a quem está por cima. O ministério, ao contrário do que António Barreto opina, é o conforto dos sofriveis que temos no sistema de ensino. Os melhores já lá não estão. Forem cilidrandos pelo caminho ou esperam, tenazmente, a contagem dos anos. Assim não-vai Portugal.

lusitânea disse...

Só as coisas simples funcionam.
Querem avaliar os professores?
Avaliem 1º os alunos.
Recriem o ensino técnico para os que a ele se candidatem e para os "excluidos"be "desadaptados" do sistema normal
Não é em cima do joelho que estas coisas se fazem...

Anónimo disse...

Tive pena da Ministra: estamos habituadis a vê-la todos os dias com um ar deslavado, meio doméstico até.E não é que no Prós e Contras deparamos com uma mulher toda pintada de encarnado-montes de rouge e montes de baton?!?!Bem, este era tanto que até se lhe colavam os lábios aos dentes...FOI VISUALMENTE UM ESPECTÁCULO DEPRIMENTE!!!
Qto ao resto, a "Ministra da Avaliação" não contou nada a não ser pela TEIMOSIA, CASMURRICE e outras "ices".
Sobre a Educação sabem os PROFESSORES e mai nada!!! Eu não sou professora, mas já fui (das m/próprias filhas em casa e do ensino público há mai de 25anos) e reconheço que são eles - a classe profissional - que mais sabem do assunto! E os Políticos têm é que enfiar a VIOLA no SACO!
O Zé-1º ainda não aprendeu com a guerra da Saúde?
Puxa ké burro,caragos!!!
E este Governo ainda não percebeu que fazer uma reforma de ensino tem de se começar por AVALIAR todos:
- 1º)os alunos(que,ao contrário, estes socráticos pelos vistos não podem ver os meninos "torturados" com testes/exames, qual o famoso exemplo do próprio Zé)e
- depois)os Professores, pois claro; Como aliás sempre foram.
Mas antes disto há que rever as porcarias de livros que alguns "negociantes de livros" editam p/as escolas.
E quanto a copiar modelos educativos estrangeiros, deixo um modesto conselho: não colem a cuspe só algumas peças soltas.
Apliquem os modelos completos (seja ele Finlandês, Sueco ou Outro qualquer),com todas as suas lógicas e interacções; Aí sim, já tudo funcionará em sintonia.
Qualquer dia aparece outra GUERRA: a «flexisegurança no trabalho». E, seguindo a regra destes socráticos, de aplicação parcial: FLEXI=pôr tudo na rua!Jà Segurança, é para deixar a coisa no papel...
É isto que estes gajos nos oferecem: apenas uma metade e por azar sempre a PIOR METADE!!!
é por isso que os Professores estão chateados,desanimados,revoltados,cuns diabos.
E é óbvio que os próximos 35.000 Funcionários Públicos que este Governo quer mandar embora ainda em 2008(bem antes de novas eleições)talvez sejam na sua grande maioria apanhados nesta teia/embuste do Ministério da Educaçãosão.
Presto aqui a minha solidariedade a todos os Professores de Portugal.
Midarte.

Anónimo disse...

O que me parece importante não esquecer é que a MINISTRA TEM RAZÃO em muito do que defende:

- HÁ ELEVADO ABSENTISMO DOS PROFESSORES

- A QUALIDADE MÉDIA DOS PROFESSORES É MÁ.

Julgo que uma pequena inflexão nas medidas da Ministra, concentração na avaliação de professores e mais uma ou duas coisas seria uma forma inteligente de a Ministra resolver esta agitação.

Os professores são muitos e fazem muito barulho, mas a generalidade não tem razão nenhuma.

Enquanto nos distraímos com o barulho dos professores, as OTAs e os TGVs, as OPAS encapotadas ao BCP, as pontes,etc vão andando, e nós nem os vemos passar, mas "os mesmos de sempre" lá vão discretamente negociando decretos lei como o do casino.

Rita

Vítor Amado disse...

Há aqui comentários para todos os gostos. Mas muita imprecisão.
Um anónimo resolve facilmente o problema: chapada nos alunos.Deve viver no século XIX.Um outro acha que se deve ir buscar Hermano Saraiva.Santa ignorância! Estes senhores esquecem que H.S.foi ministro quando as portas das escolas estavam abertas para uma minoria de privilegiados e a democratização do ensino (afinal,todos têm direito a ele) trouxe para a escola todos e as tensões sociais inerentes.Portanto,chapada nos alunos...
Uma outra pessoa acha os professores abstencionistas.Mais um chavão!SE vir estatísticas fiáveis,vai ver como se engana.
Parabéns ao Ruy pela análise correcta que faz.

Anónimo disse...

Sobre esta temática, aqui deixo uma interessante entrevista a Nuno Crato dada à Revista Visão...

http://viriatos.blogspot.com/2007/10/escola-est-muito-mal.html

VANGUARDISTA disse...

O Prof. Vitor Amado, lá sabe o que entende de democratização da ensino, mas que eu chamo de democratização da ignorãncia.
No Esatdo Novo, os pobres que queriam estudar, tiravam cursos técnicos (Escola Industrial e Comercial) sendo que os melhores e mais empenhados, seguiam para os respectvos institutos e tiravam licanciaturas.
Formou-se uma geração de ouro que se constituiu numa verdadeira elite do trabalho, do saber, do comércio, industria e serviços, a que não foi estranho o grande desenvolvimento económico e social dos anos 60 e 70.
Uma educação pensada para o trabalho e para o país, por isso destinada aos alunos.

Anónimo disse...

Parafraseando um comentario acima, ninguem sabe o que é enfrentar uma turma de conhecimento feito.
É, diria eu...ninguem mais, nunca, "jamé" foi professor. "jamé" um familiar proximo ou afastado, das nossas relações chegou a tal experiencia de saber feito.
O conhecimento de tal experiencia é tão raro que, diria eu, talvez só ele tem essa experiencia.

Anónimo disse...

Vítor Amado disse...

"Um outro acha que se deve ir buscar Hermano Saraiva.Santa ignorância! Estes senhores esquecem que H.S.foi ministro quando as portas das escolas estavam abertas para uma minoria de privilegiados e a democratização do ensino (afinal,todos têm direito a ele) trouxe para a escola todos e as tensões sociais inerentes."

O comentador Vitor Amado devia informar-se melhor sobre a actividade do Professor José Hermano Saraiva durante o tempo em que foi ministro da educação. Foi um homem que procurou introduzir diversas ideias inovadoras, todas elas muito pertinentes, na instituição escolar em Portugal.
Algumas dessas ideias viriam até a ser repescadas, mais tarde, pelo regime implantado em 25 de Abril.

Anónimo disse...

Caros

Considero que esta crise....configura mais um estertor final de uma sociedade de massas onde pondera um liberalismo anquilosado e que tende a perpetuar-se..baldadamente.
A emergência de novas tecnologias e ,consequentemente, de novas realidades sociais em que irá prevalecer o espirito autárcito levará, inexoravelmente, ao desaparecimento progressimo de uma escola massificada.
Estas crises são apenas um começo de uma mutação formativa de que não nos apercebemos facilmente. ´
As novas tecnologias permitirão uma maior racionalidade do esforço empreguado na formação das pessoas.
Os jardins de infância deverão acabar....a escolas de milhares de alunos... extinguir-se-ão...a formação superior será feita em funcão de necessidades complementares de associações racionais e orgânicas constituídas em autarcias...que prescindem de governo exterior à sua esfera de interesses.
Haverá uma solidariedade apenas cultural e informativa entre estas realidades autárcitas. A formação deixará de ser de massas para se tornar uma formação orgânica e na medida das necessidades.
A formação de massas ....vai morrer com o liberalismo.....as novas tecnologias vão permitir a estruturação da sociedade em novas unidades socio-plíticas....onde a formação dos mais novos é integrada numa actividade mais racional e mais humana e onde os progenitores poderão prover à formação basica deixando a especialização para a fase da plena integração do formando na unidade autárcita residencial do novo elemento.
O desperdício liberal vai acabar perante a medição racional da formação por medida que as novas tecnologias determinam....
Os fatos já não são feitos para o pronto a vestir das massas onde uma percentagem se perde por não servirem a ninguém.....um fato far-se-á para um tipo determinado....sem perdas e respeitando a esfcifidade da figura de cada homem.....o pai ...ou mãe ...ficam em casa e mandam o trabalho pelos meios de comunicação....de resto o trabalho apenas é feito na medida das necessidades da unidade orgânica....
Pois.....também desaparecerão os lares da terceira idade...os velhos são integrados nessa unidade que é orgânica.
Como podem constatar....pensando no assunto....os professores apenas são actores num tempo de mudança....e por isso, parece que ninguém se entende ou parece que tem razões sem qualquer ponto fraco e consequentes vulnerabilidades na argumentação.
Estamos a mudar meus caros....nos últimos anos da minha actividade profissional tinha colaboradores que vinham, diariamente, do seixal...ou Barreiro...para escreverem uma ou duas notas....e por volta das cinco horas da tarde..voltavam para o seixal ..ou Barreiro..de novo. É um desperdício intolerável...podiam fazer o mesmo trabalho em casa.
É este o drama dos professores que resulta dos últimos tempos de um hiperlibaralismo que se quer manter à tona....quando outras relidades já avançam.
Começem a pensar.....Caros.

cumps