17.1.07

QUESTÕES DE "FORÇA"

A dra. Maria José Morgado, pessoa que considero, emitiu uma opinião sobre o aborto. Disse que a norma em vigor - do Código Penal - "perdeu a força" e que existem clínicas em Portugal onde se perpetram abortos que são um negócio chorudo e corrupto. Apenas duas observações. A norma não me parece que tenha perdido a força. Raramente a teve, o que é uma coisa completamente diferente. Ou seja, não se criaram as condições para a sua plena aplicação. O dr. Correia de Campos só agora "despertou" para isso e, tal como M. J. Morgado, defende a liberalização total do aborto realizado até às dez semanas de gestação para "lavar as mãos" de um "sistema" que não controla. Voltamos, pois, ao facilitismo abortivo como puro método contra a concepção e para "safar" o SNS das suas elementares obrigações. Quanto às clínicas, a questão coloca-se nos mesmíssimos termos para os negócios que se avizinham se o "sim" vencesse: chorudos, potencialmente corruptos e eticamente condenáveis. A dra. Maria José ainda se manifestou sobre o direito constitucionalmente consagrado que protege a vida intra-uterina. Segundo ela, com um argumentário muito baralhado, este não sobreleva o famoso direito da mulher a gerir a sua vida. Se fosse por aí, o corolário lógico seria retirar o aborto do Código Penal. Todavia não era isso que ia acontecer se a posição da dra. Maria José vencesse. O aborto é e será um crime, previsto e punido pelo direito penal da civilização de que fazemos parte, com excepções que, de maneira nenhuma, perderam "força". Melhor do que eu, a dra. Maria José sabe que a lei deve ser cumprida. Se ela "perdeu força", de quem é a culpa?

8 comentários:

Anónimo disse...

Mas ouça lá: você acredita mesmo que se joga uma questão civilizacional neste referendo? Acha que a incivilidade dos seus semelhantes mudará um milimetro com o resultado caso ganhe o Sim? E que a manutenção da lei levará a um status quo eticamente superior?

Anónimo disse...

A solução é a responsabilização do Pai e da Mãe e não a desrresponsabilização total.

Anónimo disse...

Já enjoa... todos os caminhos vão dar ao aborto? poluição informativa. Aborto intelectual é o que as campanhas do sim e do não andam a fazer

DE CORPO E ALMA disse...

A tentação de negar o que existe só porque não nos convém que exista não faz com que deixe de existir. Manter tudo como está não acaba com a IVG apenas a mantém penalisada nada mais.

Anónimo disse...

quais clinicas?as de vao-de-escada tambem?tenha juizo!!

nao ponha tudo no mesmo saco...

Anónimo disse...

Uma pateira ou um médico que clandestinamente provoca um aborto e por isso recebe o que o mercado negro determina não é, obviamente, o mesmo que eventuais clínicas que venham a instalar-se para fazer abortos legalmente e de forma regulamenta. Misturar tudo, só por má fé, uma vez que não é por ignorância.

Anónimo disse...

Concordo com o comentário do "lustanea": tirando o desgraçado do Vale e Azevedo....NADA!

Anónimo disse...

Ora, com o comentário anterior, aqui temos uma boa forma de "almofadarmos" as clínicas de vão-de-escada....Sempre ficariam mais fofihnas......mais cómodas....