9.1.07

NO DORSO DO ANIMAL


O Correio da Manhã punha hoje na capa que os funcionários públicos têm direito a um subsídio para andar a pé. Dito assim, e para quem não sabe do que se trata, pode pensar-se que é mais uma daquelas fabulosas "regalias" que o dr. Figueiredo e os seus "técnicos" amestrados andam metodicamente a descobrir e a eliminar para pouparem uns tostões. Não é. No Estado existem funcionários que se deslocam pelo país inteiro - ilhas incluídas - em serviço, tal como em muitas empresas privadas. Ambas as situações contemplam ajudas de custo que são isso mesmo, uma mera ajuda e nada mais. Não conheço ninguém que, nos últimos anos, tivesse enriquecido com as ditas ajudas sobre as quais, aliás, é perfeitamente possível e exigível que se exerça um controlo rigoroso. Há muitos anos, mesmo já em "democracia", o diploma que regulava as ajudas de custo previa uma verba para quem se deslocasse "no dorso do animal", ou seja, de burro ou a cavalo. A avaliar pelo país que temos e pelo que aí vem, não tarda nada que recuemos a formas primitivas de trabalho das quais, aliás, nunca nos libertámos verdadeiramente.

1 comentário:

Anónimo disse...

Não sei porquê tanta celeuma!
Há deputados da nação com casa em Lisboa, e que põe a residência da terra natal para poderem receber o subsídiosinho de deslocação!