19.1.07

DA CAPOEIRA

O dr. José António Pinto Ribeiro, eminente jurista que provoca honestos delíquios e vastos suspiros junto de algumas "intelectuais" da nossa pequenina praça (deve ser da melena blasé) , homem da "esquerda caviar" degustada com champanhe, saiu-se com esta pérola de refinado bom gosto: "um ovo não é igual a um pinto, um ovo não tem os mesmos direitos do que um frango." A eminência preside ao Fórum Justiça e Liberdade e proferiu a sentença numa sessão organizada pelo Movimento Cidadania e Responsabilidade pelo Sim. A Marta Rebelo, que estava ao lado dele, terá achado esta sublime imagem dignificante para os seres humanos - mulheres, homens e crianças - que o Movimento que integra alegadamente defende? Não haverá ninguém no Movimento que lhe esmague um ovo na melena para ele perceber a diferença?

2 comentários:

Anónimo disse...

A vida é incontornável.
Dez milhões de «sim's» não viriam a provar nunca a diminuição da prática do aborto. Exactamente como dez milhões de «não's» também não o provariam. A despenalização é «consubstancial» da liberalização, e às seis semanas (um mês antes do que esta lei propõe em referendo) bate um coração humano. Essa é que é essa, e é não.

Anónimo disse...

Tenho duas filhas. Vi em certo tempo as ecografias, então possíveis. Não esperava nada que da fecundação saísse dali um elefante, uma flor de estufa ou um girino. Salvo alguma anomalia (castigo divino?), sairiam sempre seres humanos. Desde a concepção. Eu não concebo outra coisa: a fecundação humana só produz seres humanos a partir das duas primeiras células (masculina e feminina). Repito, não concebo como podem/querem contornar isto.
Embora admita que, ao contrário de espécies em risco, há espécies raras que proliferam por aí.