14.12.05

"MADRID ME MATA"

Enquanto andamos entretidos "a brincar" às presidenciais, o governo vai apresentando as obras "do regime": a OTA, o TGV, uma refinaria. Perante a habitual plateia dos betoneiros do mesmo regime - certamente dewvidamente municiados com números de telemóveis de gente estimável do PS e do PSD -, Mário Lino e o próprio Sócrates explicaram a necessidade imperiosa do TGV para deixarmos de ser "periféricos" e entrarmos, gloriosos, na "rede europeia de transportes ferroviários". Muito bem. Não enjeito o propósito, meritório, de facto, e, sem dúvida, patriótico. Acontece que "não é por muito madrugar que amanhece mais cedo". Ou seja, não passamos a ser menos periféricos do que sempre fomos e continuaremos a ser por causa de umas linhas de comboio. A raça que vai dentro das carruagens é a mesma de sempre. E, depois, é extraordinário fazerem-se contas a cerca de sete mil e quinhentos passageiros/dia na "linha" Lisboa-Madrid. Quanto aos custos, nem vale a pena falar. Em apenas uma semana, uma "estimativa" cresceu "só" cerca de quatrocentos mil euros. A insistência em linhas insignificantes para deleite de meia dúzia de interessados e outra tanta de curiosos, também merece nota no cardápio dos betoneiros, com certeza. Enfim, "Madrid me mata".

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