17.12.05

DÉCIMAS

MOTE

Quero e não posso esquecer-te
Devo odiar-te mas não quero
Sinto perder-me ao perder-te
Não tenho esperança mas quero

VOLTAS

Invadiu-me esta paixão
Naquela tarde de Agosto
Quando olhei para o teu rosto
E tu olhaste pró chão
Disse-me o meu coração
Que tu me correspondeste
Bem sei que em casos destes
Pode haver mal entendido
Mas já não me sai do sentido
Quero e não posso esquecer-te


Cheguei a ter a sensação
Quando me olhavas com ternura
Eu navegava num mar de ventura
Com o vento de feição
Agora que vejo que não
Embora me custe dizer-te
Naufraguei ao conhecer-te
Nas ondas da amargura
E o meu mal já não tem cura
Sinto perder-me ao perder-te


(João Chouriço Paias, Póvoa)

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