Na entrega das assinaturas como candidato, Soares fez-se de "engraçadinho". Disse que tinha uma "estratégia terrível" para o debate com Cavaco e que era "um risco" para este o encontro televisivo de amanhã. Por outro lado, "exigiu" mais "debates" por causa do "cheque em branco" de que anda a falar há uns dias. Sem pretender dar conselhos a ninguém, é evidente que Soares anda há dias a treinar um "crescendo" de agressividade política - e não apenas política, como se tem visto - para o único debate com Cavaco, naturalmente com o inconfessável propósito de o tentar diminuir ou alterar o rumo com que tem orientado a sua campanha. Dificilmente Soares resistirá a "pôr-se" na posição que já ocupou e a procurar colocar Cavaco na sua pretérita. Porém, esse exercício de pretensa superioridade política de Soares, pode sair-lhe pela culatra. Por uma singela razão. Quanto mais aparece, fala e discute - sobretudo consigo mesmo - mais as pessoas percebem que "já foi". E vêem tranquilamente em Cavaco o que "vai ser". É tão simples quanto isto.
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