10.11.05

NOS LIMITES DA CIDADE

Paris em Lisboa, por Francisco José Viegas. Não passou pela cabeça dos que se excitam com "o perfume da revolta" que a maior parte das vítimas dessa violência que destrói escolas e autocarros, lojas e edifícios públicos, sejam precisamente imigrantes e cidadãos que vivem na margem desse modo de vida francês, limpo e organizado.Não sei se estão a ver o retrato, mas pode simplificar-se territórios onde a República não entra, onde a lei não entra. Sabendo-se que a pior exclusão é a que permite a miséria - a nacionais ou a estrangeiros -, convinha relembrar que nos limites de Lisboa há territórios que em breve serão assim. E que um país que não respeita os estrangeiros e os imigrantes não pode pedir-lhes que o respeitem. É o dilema da República. E das fronteiras actuais.

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