11.11.05

ATÉ QUANDO?

A sondagem do Correio da Manhã de hoje coloca Cavaco em perda em relação à última, e Alegre à frente de Soares. De qualquer maneira, Cavaco obteria "maioria absoluta" a 22 de Janeiro, e, não a obtendo, seria esmagador na segunda volta contra Alegre ou contra Soares. Por outro lado, todos os candidatos "de esquerda" sobem o que demonstra que não existe, por enquanto, nenhuma candidatura "unitária" suficientemente credível para a esquerda. E, tudo somado, não chega para derrubar Cavaco que, pelos vistos, tem à partida garantidos votos daquela "área" por se apresentar sem preconceitos. Nada disto é surpreendente. É natural que Cavaco "desça" ainda mais ou, pelo contrário, se a pré-campanha for, como deve ser, mobilizadora e "realista", podem surgir indicadores claros de uma vitória à primeira volta. A exposição de Cavaco, seja porque fala, seja porque não fala, trará inevitavemente de volta os velhos demónios do "amem-no ou odeiem-no". A capacidade de resistência política a isto, o combate sem desfalecimentos ao "negativismo" dos adversários e a persistência na imagem de um presidente verdadeiramente "útil" e não meramente ornamental ou "otorrinolaringologista" do regime são os passos decisivos a dar. Também o triunfalismo injustificado ou a abstenção acomodatícia são maus conselheiros. A tentativa de dramatização que anda a ser feita por um candidato, não só não o beneficia a ele, como pode prejudicar, em geral, a mobilização dos eleitores, nada disponíveis para "fitas". Estes são os verdadeiros adversários de Cavaco Silva. Quanto aos outros, particularmente Soares e Alegre, parece que está a cavar-se uma interessante divisão no eleitorado especialmente afecto aos dois, com uma ligeira vantagem para Alegre. Até quando vai Soares fingir que pode ignorar Manuel Alegre?

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