13.9.09

UM CASAL PORTUGUÊS


Folheei a revista do Expresso chamada "única". Quem se lembra de outras revistas do Expresso, dificilmente encontrará nesta uma vaga sombra dessas. Normalmente nem sequer chega sair do saquinho de plástico onde vem embrulhada em publicidade. Pois ontem saiu por causa da D. Judite de Sousa. A esposa do edil de Sintra publicou um livro sobre não sei o quê. Aliás, escudou-se no seu estado civil para falar de Sócrates ("emprenha" pelos ouvidos, acha a senhora, por ela ser casada com o mandatário do sr. Vieira do Benfica que, por sinal, gosta tanto de Ferreira Leite como o dito Sócrates). A capa, naturalmente, é a cara dela o que anuncia o pior no conteúdo. Bastou-me, no entanto, uma frase sobre Manuela Ferreira Leite. Segundo esta perguntadora do regime, Ferreira Leite «peca por autenticidade.» Judite de Sousa, na sua proverbial leveza, não se deu conta de que, ao falar assim de MFL, estava não apenas a tecer-lhe o mais rasgado elogio como definia um regime onde ela pontifica como excelsa mensageira. Criticar um político por ser autêntico é, passe a irritante expressão, todo um programa de vida a começar pelo profissional. Toda uma RTP, em suma. Tomara o seu marido, D. Judite. E tomara a senhora.

15 comentários:

Anónimo disse...

«Ferreira Leite «peca por autenticidade»»
Assim falava Judite, aliás em vez da D. Judite deste post, a licenciada Dra Judite.
Professora universitária (?), em acumulação com a direcção da RTP que temos.
Enfim, uma nova escritora do regime que temos.
Se o 'autêntico' Passos Coelho acertou alguma coisa, foi na sua ideia de privatizar esta RTP.
Quanto ao casal, quase perfeito.
Bloco central puro.
JB

Rato Fiel disse...

Meu Caro João Gonçalves:

Não li a entrevista, reportagem ou o que quer que seja. Mas o meu caro amigo toca no essencial: quem considera que outra pessoa peca por ser autêntica, diz o que pensa: que não se deve ser autêntico nem sincero na política. E a verdade é que a vida do casal ilustra isso, porque se trata de duas pessoas que vivem a ilusão do aparente. Quem não se lembra que o "Professor Fernando Seara" nunca existiu, e continua a não existir, apesar de o próprio ter consentido na utilização do vocativo durante anos e anos? É sintomático de uma irreal vaidade que inebria pessoas de quem eu particularmente não gosto.

Rato Fiel

FranciscoB disse...

perguntadeira...

Anónimo disse...

O único com direito a publicar livros é você, já se sabe, mesmo que sejam uma merda como aquele que você não se cansa de publicitar. É abaixo de cão.

C Vidal disse...

Então, isso quer dizer que o livro da senhora promete.

Mani Pulite disse...

Estão todos tão emprenhados com as suas aldrabices que ainda não perceberam que vem aí um tsunami de autenticidade que os arrastará para a sarjeta de onde nunca deviam ter saído na companhia da merda de cão que escreveu o comentário das 1:04.

fado alexandrino. disse...

Não tem importância mas a senhora chama-se Judite Sousa.
O "de" foi lá colocado porque dava distinção, era impensável tão distinta pessoa ter nome tão vulgar.

É como o dr. no poeta Manuel Alegre.

Azedo disse...

A D. Judite não sabe o que é autenticidade porque lá em casa o maridinho pratica a ambiguidade. E na RTP pratica-se mentira e frete...

Anónimo disse...

euso digo que entre socrates e ferreira leite, venha o diabo e escolha se um e o que e asenhora
nao tem programa de governo ,nao se
compromete com nada,ou seja quer um
voto sem compromissos,da minha parte,isso nao funciona.

Garganta Funda... disse...

É com certeza um casal português...

Nada de extraordinário naquelas cabecinhas.

(Ainda estou para perceber como é que Sintra escolheu uma nulidade daquelas.
Politicamente é um transfuga e futebolisticamente é um "básico".
É com esta "fibra" que se afunda esta espécie de país).

Pedro disse...

Caro João Gonçalves,

Esta conversa da autenticidade levou-me a pensar em pão. O pão, que tão boas recordações de infância me traz, que é (algum) tão delicioso na parvónia onde vivo, é em Portugal um problema.

Não é autêntico, não vale nada, é só farinha rasca. Já não há padarias de jeito. O pão Português faz-me lembrar as baguettes que no dia seguinte vão p'ró lixo, ficam duras, não prestam.

Queremos autenticidade, pão que dure uma semana, deitem esta malta ao lixo. Já estou velho demais para estas jornalistas rascas, são pior que pão duro na minha dentuça.

Cumprimentos,
Paulo

Anónimo disse...

Porque é que a Dona Judite é a entrevistadora «política» da RTP desde o século passado? Porque é que não há outros programas, outros entrevistadores? Porque é que o Rodrigues dos Santos, após ter vendido em Março os «direitos de opção» sobre os seus livros à mesma RTP, ainda teve direito a programa de «entre escritores» de que abusa flagrantemente como auto-promoção sua? É porque a RTP continua a ter uma grande e inesgotável teta, e esta gente tem um insaciável e voraz apetite por este género de vida flatulenta.

Karocha disse...

Não li JG, nem leio, mas li a do Alexandre Quintanilha como sou facciosa e ele é tio avô dos meus filhos e um homem brilhante.

Nuno Castelo-Branco disse...

As tontices que a senhora Judite (Seara) debita a cada entrevista, a rotineira má-criação a "fazer de conta" ser um clone da parvalhona Marante, enfim... é o que dá enfiar foice em seara alheira!

João Gil disse...

Sem esquecer que um determinado líder partidário lhe lembra Cícero, o da "Grécia Antiga". Estamos conversados.