10.9.09

DA POESIA E DOS SEUS ALGOZES


É doloroso ouvir alguém que não faz a mínima ideia do que seja um poema falar de poesia. Doloroso, naturalmente, por causa da poesia. "Gente estúpida sem fim" (Joaquim Manuel Magalhães) é o que está razoavelmente melhor distribuído por aí.

(clique na foto para ler o poema manuscrito de Eugénio de Andrade "retirado" do Ephemera)

4 comentários:

Garganta Funda... disse...

Numa exposição de arte abstracta ou surrealista, Nikita Khrushchev, presidente da URSS pós-estalinista, olhou para um determinado quadro e disse ao director do certame: o meu burro com a cauda mergulhada num balde de tinta e depois de agitá-la contra uma tela, é bem capaz de fazer melhor.

(O Nikita, embora fosse um engenheiro agrónomo, não passava dum campónio oriundo da Rússia profunda...).

Ora, ouvir um inginheiro da treta a recitar (?) poesia, é um crime lesa-literatura e que devia ser denunciado por quem de direito.

Já Albert Einstein tinha afirmado: neste mundo há duas coisas infinitas, o universo e a estupidez humana, embora da primeira não ter tanta certeza...

Anónimo disse...

A mulher olhou-me de lado quando lhe disse que vi hoje um tripeiro de trás-os-montes que sempre viveu nas beiras a falar da comida alentejana. Fascinante, de um surrealismo plastificado que dificilmente poderia ter resultado pior. O artista principal parecia o Bolama a todo o vapor entrando pelo mar.

Vasco disse...

Bem, toda a gente se queixou da gaffe de Santana Lopes sobre os violinos de Chopin. Mas ainda não ouvi nenhuma profusão de gargalhadas pelo facto de Sócrates, na entrevista à SIC, afirmar que gosta muito de poesia e sobretudo da "Ode à Noite" de Ricardo Reis.

Crítico à peça disse...

Já agora, podia publicar aqui os poemas do Eugénio "Em Louvor de Vasco Gonçalves"...