20.8.09

E PRONTO

«... e não nos resta mais nada, ou então só merda. Não ousamos a princípio dizê-lo para não aborrecer ninguém. Delicadezas, ao fim e ao cabo. Mas um belo dia acabamos por tirar a máscara à frente de toda a gente. Chega-nos ao nariz mostarda bastante para nos dispormos a rebolar na trampa. E então não há ninguém que imediatamente não ache que somos mal educados. E pronto.»

Louis Ferdinand Céline, Viagem ao fim da noite

6 comentários:

radical livre disse...

as ratazanas que desgovernam, nacional-socialistas como Céline, deixaram cair a máscara e saíu a merda habitual.

o "céguinho" que dirige a campanha nunca ouve as notícias.
o seu partido também vai ter uma ptose

João Carpinteiro disse...

Ora até que enfim escolheu o Céline para caracterizar a podridão que por aí abunda nos arraiais da nossa «cultura». E, se quiser ir mais longe, experimente fazer o exercício - simples, aliás - de trocar os nomes aos filhos da puta, como ele fez com o Sartre, chamando-lhe Jean Baptiste Sartre, «essa ténia com um olho em Paris e outro em Moscovo». O próprio «agité du bocal» do existencialismo nem queria acreditar quando levou com semelhante martelo nos cornos. Também ele, mas de forma mais sofisticada do que a dos Coelhos, Pitas (senza la doppia) e Galambas, achava que quem se metia com os «socialistas» devia apanhar e, afinal, quem apanhou foi ele, não fosse o Paraz aparecer pelo Flore para lhe dar um bom par de murros. Essa gente (toda essa gente!), se há coisa que não consegue suportar é que lhes belisquem o seu incomensurável ego. Continue, pois, com Céline e dispense-lhes toda a indiferença que merecem e a que têm direito. They live.

Ana Cristina Leonardo disse...

a obra-prima mais indigesta da história da literatura

MINA disse...

Embora de alguma forma afastado dos escaparates e das edições por razões de natureza política, Céline é um dos grandes escritores do século XX francês e universal.

Por isso, leia-se, publique-se e divulgue-se Céline. Há uma obra "Bagatelles pour un massacre", esgotada e cuja reedição está proibida em França, que por vezes aparece na Amazon.fr. Neste momento há um exemplar por € 250, mas o preço em meses anteriores tem atingido os € 500. E vende-se sempre. Aproveite quem puder!

João Carpinteiro disse...

O Céline, aliás Dr. Louis-Ferdinand Destouches, médico de saúde pública, de tão enojado que ficou com a forma como a democracia tratava os doentes e os desgraçados que nem dinheiro tinham para curar um mero «chaude- pisse», resolveu um dia escrever sobre a vida e os hipócritas que não faziam outra coisa senão cagar optimismo por todos os poros. E o resultado deu em literatura indigesta, imprópria para estômagos delicados, totalmente incapazes de triturar caroços e cascas de uvas. Não é literatura de laser, é literatura de combate à mentira e a todos os que dela fazem profissão. They live.

HCS disse...

O livro referido pelo comentador MINA está disponibilizado,em francês e gratuitamente, aqui:

http://www.quellehistoire.com/docu/bagatelles.pdf