25.8.09

O GRANDE ADOPTADO


Mário Crespo passa a vida a levar o Prof. Adriano Moreira aos seus telejornais. Dá-me ideia que, se o Doutor Salazar fosse vivo, também seria convidado de Crespo. Com a vantagem de termos um original que, bem ou mal, nunca tergiversou. Adriano Moreira é um caso sui generis na vida pública contemporânea. Tudo lhe aconteceu cedo ou tarde de mais. Esteve, muito novo, detido no Aljube o que lhe valeu as graças eternas do dr. Soares. Isso não impediu o Doutor Salazar de o escolher como secretário de Estado e, depois, como ministro. Do Ultramar. Durou pouco na sequência de um périplo ao autre-mer que não agradou ao então presidente do conselho. Podia ter sido o "delfim" até porque, a avaliar por um texto de Vitorino Magalhães Godinho escrito na altura em que Moreira o varreu do seu Instituto da Junqueira- a ele e a outros como Jorge Dias -, possuia todos os "requisitos". O que lhe sobrava em manha, faltava-lhe, segundo o maroto do Godinho, em "ciência". No Instituto (parece que é uma maldição da casa) comportou-se sempre como um supra-Salazar. Assim se manteve até ao "25 de Abril" altura em que, como era de esperar, sofreu uns safanões. Tudo passou, porém. Moreira filiou-se no CDS onde chegou a presidente. Adoptou a democracia e a democracia adoptou-o a ele. É tão consensual e venerado como um monumento nacional. Convence pela retórica sempre luminosa. Aquando do apoucamento das universidades por este governo - em especial por este nulo Gago do superior - não poupou na crítica. É um sobrevivente da nossa e da sua história. O que não é pouco.

8 comentários:

radical livre disse...

convivi bastante na casa do Brasil da cité com Margot uma baiana professora da universidade estadual.
confidenciou ter estado ligada ao "Adriano" quando estudava em Madrid.
depois do 25.iv o Prof. esteve algum tempo na universidade do Salvador.

factos sem comentários

João Saltão disse...

O regime democratico e o seu "establichement" redimiu, acarinhou e integrou figuras gradas do Estado Novo, como os professores Veiga Simão e Adriano Moreira. Só não entendo porque é que o mesmo regime nunca adoptou igual tratamento em relação, por ex.º, ao Prof. José Hermano Saraiva, que à sua maneira, foi tão ou mais importante que os citados, na divulgação da lingua e cultura portuguesas ao longo de décadas. Basta ler o seu Album de Memorias publicado pelo Jornal "O Sol" em 2007, para perceber as incompreensões de que foi alvo ainda no exercício de funções públicas no "anciene regime" incluindo alguma intolerancia por parte de Adriano Moreira no Instituto da Junqueira. http://lusitaneaexpresso.blogspot.com/2009/03/carta-aberta-ao-prof-jose-hermano.html

Anónimo disse...

Do padre Alberto Neto, professor no D. João de Castro (e da capela do Rato):
É muito difícil termos dois canários na mesma gaiola.
Ganhou na altura, o canário chefe, naturalmente.
Infelizmente, perdendo mais tarde, acabando todos por perder.
JB

Anónimo disse...

Entretanto a filhota é toda pr´a frentex nos gays.
Espalhar a família por várias lojas dá resultado.Está sempre alguém no lado vencedor.Menos o país que definha sempre.
Esta democracia é um verdadeiro teatro trágico-cómico

Anónimo disse...

supra-Salazar... podia concretizar?

Anónimo disse...

... Em resumo: - um homem excepcionalmente inteligente e também excepcionalmente culto. Ah pois é ...

Anónimo disse...

Este texto é muito franco. É lixo intlectual. O Professor Adriano Moreira é uma pessoa muito inteligente com uma vida fantástica e um percurso invejável. Um Homem que soube estar a altura em todos os tempos, nunca foi extremista ( nem em alturas extremistas) ponderado, cultissimo, aposto que este senhor para aqui tao opinador nunca foi a uma aula dele nem sabe o Professor que ele é, considerado por todos! Alunos e Professores! Reconhecido na política e na vida universitaria! O senhor é pouco democrático fala com uma autoridade espantosa!

Anónimo disse...

O Prof. Adriano Moreira, como tantos outros, deve à Maçonaria a sua carreira académica e política. Até o título das suas memórias «A Espuma do Tempo – Memórias do Tempo de Véspera» contém a expressão maçónica do ritual do grau 30.