23.8.09

DO HOMEM E DA RATAZANA


Pacheco Pereira parece preocupado com o "tom" que se avizinha (já se instalou, aliás) em que deverá decorrer a campanha em curso. É evidente que, estando em causa a evicção de um poder literalmente absoluto - espalhado do topo visível ao submundo virtual - o "tom" não só não pode ser "respeitoso" como andará longe de ser "responsável". Não escapa nada nem ninguém, desde o Chefe de Estado ao mais insignificante dos cidadãos. Por isso, a tarefa dos que não alinham com os consensualismos estéreis que se instalaram, com as cumplicidades cobardes que se criaram ou com os adeptos domésticos do "partido universal do único" é parecida com a da filosofia. Incomodar a estupidez. E ver quem sobra, para que lado da refrega se inclina e por onde se abriga. Em suma, quem é que se distingue por ser um homem ou uma ratazana. Nem que fique a falar sozinho. Destruído mas nunca derrotado como o velho do Hemingway ou a "persona" de Hamsun*.

*com lembranças para o Vítor.

5 comentários:

radicalivre disse...

frase atribuída ao Presidente De Gaule.
referia-se aos comunas mas pode aplicar-se a estes xuxas:
«fazem tudo o que lhes permitem,
permitem tudo o que se lhes faça»

CHÁ E SIMPATIA disse...

Por falar do titulo em epigrafe:

O tiranete parlpatão foi à madeira, blaterar, em tonalidades de banha-da-cobra.

Não se trata de mera solércia: a coisa é do mais reles embuste.
O meu nojo não o quer, nem para escarrador, ainda que de ouro, fora.

Ai que vergonha tenho, da sua ruim e porcalha governança.

Anónimo disse...

Já conhecíamos de gingeira as "conferências de imprensa", declarações, apresentação de candidaturas e/ou programas, e todo o tipo de fogo de artifício, marcados para abrirem os telejornais. Hoje foi aquilo que não lembraria ao diabo - mas lembrou ao governo: programaram o início da demolição da falésia da praia maria luísa para AS 8 DA NOITE e abriram os telejornais em directo e entrevistas com o ministro e alguns lacaios. Uma VERGONHA!!! Um insulto às vítimas e à inteligência dos portugueses que não deve passar em claro.

Jorge Diniz disse...

Diogo Lopes Pacheco, Pero Coelho e Álvaro Gonçalves, nobres influentes, convencem el-Rei, Afonso IV, a decretar a morte de Inês de Castro.
D. Pedro está fora, numa caçada, e a 7 de Janeiro, do ano de 1340, aqueles três nobres aproveitam a ausência para invadir o Paço de Santa Clara, em Coimbra.
Morre el-Rei D. Afonso IV e a primeira medida de D. Pedro de Portugal é combinar com D. Pedro de Castela (filho de D. Afonso XI), a troca de homiziados (1) castelhanos em Portugal por homiziados portugueses em Castela.
É assim que são entregues à justiça portuguesa Pero Coelho e Álvaro Gonçalves.

No entanto, Diogo Lopes PACHECO consegue fugir a tempo de Castela para Aragão e daqui para França.
Será que os descendentes, embora remotos, do senhor de Ferreira de Aves (Diogo Lopes Pacheco), herdaram algo dele?

(1) - Os coutos de homiziados (lugares imunes) constituíam-se em terras a que poderiam acolher-se, libertando-se das penas em que tivessem incorrido, quaisquer criminosos.

JB disse...

Por isso, a tarefa dos que não alinham com os consensualismos estéreis que se instalaram, com as cumplicidades cobardes que se criaram ou com os adeptos domésticos do "partido universal do único" é parecida com a da filosofia. Incomodar a estupidez. E ver quem sobra. - João Gonçalves

Esta frase é notável. É mesmo essa a tarefa.