«Pergunto-me pois por que razão os blogues mais entusiastas de apoio ao governo, os blogues que fazem não só a propaganda do governo como disseminam informação e desinformação sobre seja quem for que ataque o governo (PSD, dissidentes do PS, BE, PCP, por esta ordem), estão cheios de gente com pseudónimos? Estamos a falar de blogues de política muito especializada, que fazem o acompanhamento em tempo quase real de tudo o que se diz e faz e não de meia dúzia de solitários nocturnos à pesca de companhia ou de trolls anarquistas ou de adolescentes imbecis que gostam de insultar tudo, a torto e a direito, ou de reformados enraivecidos com os políticos e que escrevem nostalgias salazaristas com maiúsculas. Estamos a falar de blogues que possuem acesso a revistas de imprensa e a ficheiros, capazes de ir desenterrar recortes em papel muito anteriores às edições electrónicas dos jornais (e eu sei bem o trabalho de muitos anos que é preciso para ter um arquivo assim), e que varrem toda a internet política, ou seja dezenas de blogues, também quase em tempo real. Ou seja, estamos a falar de profissionais. Porque só profissionais é que não podem revelar a sua condição, para não se perceber ao que andam e quem são. Porque só isso pode justificar tanto pseudónimo e nome falso. Na verdade, seria mais normal que os pseudónimos abundassem em quem não está do lado do poder, porque aí o pseudónimo teria como função proteger alguém cujas opiniões, se se conhecesse o seu autor, colocariam em risco a profissão e a carreira, mesmo a integridade física. Em certos municípios percebe-se bem. Mas aqui é ao contrário, é quem nada deve temer que assina disfarçado. Os tricky dickies dos gabinetes do governo, do grupo parlamentar do PS e de câmaras socialistas, podem explicar isso muito bem. Mas cuidem-se que isto é Portugal, e, a seu tempo, tudo se sabe.»
José Pacheco Pereira, Sábado em linha
5 comentários:
O Carlos César, gozando com o Palácio de Belém, diz que os assessores do Governo dos Açores também andam a ser perseguidos por homens altos e espadaúdos, desde que o Estatuto da RAA foi aprovado...
E esta, hein?
Pergunta Garganta Funda:
- E esta, hein?
Pois, essa está ao nível do homúnculo, que decerto compete para algum programa de anedotas na RTA (Rádio Televisão dos Açores, claro), faltando-lhe porém quem lhe escreva os textos.
Precisa de uma corrida em osso como a que o seu amado mentor pseudo-engenheiro vai levar no dia 27 do mês que vem.
Há dois tipos de anonimato.O anonimato da polícia secreta,dos bufos,das toupeiras.Mas há também o anonimato dos resistentes,dos mais corajosos,que só são eficazes se forem anónimos.Quando o dia da libertação chegar iremos apanhar a lista muito extensa dos polícias,bufos e toupeiras Sócretinas e saberemos quanto receberam pelo trabalho porco que estão a fazer.
«Na verdade, seria mais normal que os pseudónimos abundassem em quem não está do lado do poder, porque aí o pseudónimo teria como função proteger alguém cujas opiniões, se se conhecesse o seu autor, colocariam em risco a profissão e a carreira, mesmo a integridade física.», José Pacheco Pereira, Sábado em linha
Subscrevo. Curioso é que tenha direito a citação num espaço em que o anonimato ou o uso de pseudónimos (como se não fosse essa a norma na Internet; como se a identificação de um autor fosse mais importante do que o conteúdo do que escreve) é obsessivamente repudiado.
Ou será que o que conta é mesmo o “quem é quem” e não o conteúdo, assim se explicando por que razão a opinião citada teve direito a citação ?
AS
Esta gente não brinca em serviço...
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