A nossa "democracia" atingiu, no ano corrente, patamares de estupidez política inusitados. As "reacções" da maioria absolutista a tudo o que mexe, desde posições de outros órgãos de soberania até protestos, ruidosos ou silenciosos, da "sociedade civil", ampliam a coisa e, em certo sentido, explicam-na. A Lei da Paridade ou o Estatuto dos Açores são dois dos mais flagrantes exemplos da estupidez que varreu - se calhar nunca deixou de lá estar - o bando parlamentar dirigido in loco pelo sr. Alberto Martins e, através de "comando à distância", por Sócrates. A primeira, porque revela uma obsessão estalinista pelo "correcto" político que, na prática, menoriza a condição feminina (as quotas "justificam-se" porque o legislador reconhece algum tipo de inferioridade cívica, política e social a um ser humano apenas porque ele é mulher) e introduz um argumentário despropositado e sexista na escolha partidária, aumentando o caciquismo. Com os Açores, o PS pretende, até à revelia da opinião constitucional de alguns "companheiros de estrada", afrontar politicamente o PR pelo simples prazer de o fazer. Chamam a isto "esquerda moderna"? Não será antes sintoma de uma velha, persistente e inominável estupidez que aprecia trocar o fundamental pelo acessório para fazer prova de vida?
7 comentários:
Agora está tudo claro.Cavaco veta o Estatuto dos Açores e faz uma comunicação ao País em Julho.Os sinais de alarme soam em S.Bento.Em Agosto o Plano BPN é posto em marcha.300 milhões de euros da Segurança Social vôam do BPN, desestabilizando um Banco em dificuldades.O PS volta a insistir no Estatuto.Cavaco volta a vetar.Desestabilizado pelo Governo Cadilhe é corrido e o Banco nacionalizado em Novembro, a correr, sem que ninguém consiga explicar tanta precipitação.Logo após rebenta o escândalo e a Comunicação Social às ordens tudo faz para ligar o BPN a Cavaco e enxovalhá-lo.Julgando Cavaco enfraquecido depois de tanto ter levado à moda tradicional do PS o Estatuto pode avançar sem alterações.No principio de Dezembro,on time,como previsto.O pequeno Führer está satisfeito.Isolado no seu bunker julga que ganhou a batalha quando afinal só caminha inexorávelmente para o suicidio final.
Sobre o estatuto dos Açores, parece-me que todos os partidos foram burros ao aprovarem-no por unanimidade, e, só depois do Presidente ter interrompido as férias para fazer uma comunicação que 99,8% do País não entendeu é que vieram à ribalta pedir para o PS arranjar a bilha que afinal estava partida.
Continuo sem entender porque é que o PR não deverá consultar os orgãos legítimos do poder das regiões autónomas, uma vez que os seus pareceres não são vinculativos. Se ele actualmente já os consulta - onde reside o problema?
Quanto à Lei da Paridade, e se o português não me falha, paridade refere-se a igualdade, à qualidade do que é par, ora 33,3% está muito longe de ser par de 66,7%, e se a Lei foi criada é porque os machos alfa continuam a resistir à entrada das fêmeas na alcateia.
Então se este país tem mais mulheres do que homens, se há mais mulheres do que homens a estudar e se há mais licenciados do sexo feminino do que no masculino, porque é que a taxa de desemprego das mulheres é superior à dos homens, os ordenados dos homens são superiores aos das mulheres, e, há mais mulheres inactivas do que homens?
Não será porque a famosa igualdade entre sexos não é mais do que uma parangona utilizada para enganar meninos e só a força da Lei poderá impor uma mudança de atitudes?
E eu até nem sou tido como particular defensor do sexo dito fraco, antes pelo contrário, mas que já chega de opressão é uma realidade que só o medo poderá escamotear.
O Presidente da República está encostado à parede.
Qualquer dia, o Chefe da Casa Civil recebe um telefone de Sócrates a dizer que o cargo de Presidente foi extinto pela A.República...
Excelente artigo!!!!
O Sr. PR merece-as, porque se pôs a jeito.
O PS fez-lhe o teste com a "lei dos divórcios" e o PR deu o flanco, com a sua atitude de "discordo, mas assino, para evitar chatices".
Faça-se um referendo nos Açores.
Recentemente a Gronelândia referendou a sua autonomia com vista a uma futura independência.
A seguir deve ser os Açores.
Why not?
Ao sr Miguel de Vasconcelos:
Referende-se as Berlengas e a seguir os sanitários públicos!
Tristeza tanta asneira por cm quadrado!
Isto virou um pagode chinês.
Ao menos na Grécia antiga davam-lhes guia de marcha por dez anos...
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