Sócrates - lembram-se? - começou "contra" as "corporações". Na posse, deu logo dois exemplos. Ia reduzir as férias judiciais e "proletarizar" o acesso ao medicamento colocando-o, nos supermercados, ao lado da manteiga e do papel higiénico. Correia de Campos, na saúde, foi tão "original" no seu "combate" que acabou vexado e corrido com umas palmadinhas nas costas. E a indústria farmacêutica não consta que tivesse perdido o que quer que fosse. Os médicos, a cuja classe profissional pertence a improvável sucessora de Campos, ameaça. Os magistrados do MP também. Depois, e através da "anarquista" Lurdes Rodrigues, o chefe do governo pretendeu extinguir politicamente a Fenprof. Eu teria sido o primeiro a dar-lhe uma medalha se o tivesse conseguido. O resultado, porém, está à vista. Ou seja, da mesma maneira que Sócrates, num inesperado prolegómeno populista, deu início às "hostilidades", chegou agora a vez das "corporações" reagirem. Não deve ficar por aqui até porque a partir de Janeiro (na prática, já) começa a campanha eleitoral. Ora o PS parece-se cada vez mais com uma vanguarda do que com um partido com responsabilidades de Estado. Mal se distingue a linguagem da rua da língua de pau do poder. Nem o Presidente da República escapa à via "chávista" do partido maioritário. Isto só é possível porque existe uma formidável complacência com a "situação" e porque a oposição partidária não vale um chavo. Não há nenhum talento especial que justifique Sócrates. Nem sequer a crise à qual ele responde invariavelmente com propaganda e Durão Barroso. Todavia, mansa e medrosa, a "massa" preferirá sempre a sua "autoridade" a "confusões". Tudo o que nos acontecer (ou deixar de acontecer) é, pois, muito bem feito.
5 comentários:
os problemas nada têm a ver com partidos burocratizados.
muito menos com o impreparado e incompetente pm.
nem com os desaparecidos ministros.
ainda menos com as agências de imagem.
os problemas encontram-se no atraso cultural e cívico dos portugueses, onde os governantes se incluem.
voltámos à elogiada politica fontista: os vindouros que paguem as dívidas.
a ministra era uma galdéria dos arredores de Nisa. por isso uso sempre o masculino.
radical livre
Na generalidade, em Portugal, a massa é uma merda, que agrada bem ao socialismo da dita e à dita do socialismo.
E não há volta a dar-lhe. Mas quando vier com lamúrias, a fazer queixinhas, é mandá-la para aquilo que ela é.
"...porque a oposição partidária não vale um chavo." É verdade, a oposição elegível vai-se entretendo a descredibilizar-se todos os dias na guerrinha fratricida em vez de se unir em construir e apresentar alternativas credíveis, mas...mesmo que assim não fosse(provocação minha), com os outros a gozar a sério da maioria que lhes démos (salvo seja, pela minha parte...) e a mostrar o lado mais negro das maiorias, o que falta fazer?...Ir para a rua fazer barulho à moda do Prec?...Continuar a fazer chover no molhado, face à arrogância do quero, posso e mando da cáfila instalada?...Continuar a pregar aos peixes como o Vieira?...
Complicado...
Felizmente que neste blog não há complacência com a situação e, por isso, é justo que o João mereça a admiração de muita gente pela oportunidade e qualidade dos seus comentários.
A maior complacência está no jornalismo português. Não podia ser mais servil ao poder socialista. Ele colabora completamente na destruição de todos aqueles que se opõem a Sócrates, dando espaço às mentiras que a brutal máquina de propaganda socialista lhes faz chegar.
Os erros do Governo são constantemente escondidos, com a sua conivência, e daí a ideia que se espalhou de que, na sociedade portuguesa, só existe o PS e Sócrates e o resto são destroços.
Os nossos empresários da Comunicação Social estão todos pendurados. O caso BPP veio destapar Balsemão e o que lhe valeu foi o empenho directo de Sócrates. Por isso, a SIC e o Expresso têm de mostrar todos os dias quanto o patrão está agradecido ao benemérito Sócrates.
Quanto aos outros, só pensam no Quinto Canal televisivo, aquele que lhes vai dar cabo da pouca publicidade que restará da crise.
Também o poder económico português, que sempre foi de uma grande fragilidade, está assustado com a crise e só pensa como ir sacar mais dinheiro ao Estado. Para tanto, muito conta ter atestado de bom comportamento para receber os benefícios da banca onde mandam os agentes do poder. Que o diga Belmiro de Azevedo, que tem a ousadia de denunciar o presente estado de coisas.
Sócrates quer que os portugueses sejam felizes na miséria que lhes criou - vai a caminho de quatro anos de poder. Está convencido que o povo, por parecer manso, já se resignou à sua sorte. Mas se é tão amado pelos portugueses, como diz a sua propaganda, por que só vai a lugares onde o povo é mantido à distância?
Pois é, o povo às vezes é perigoso e que, saiba, ninguém gosta de fazer do seu estado de miséria uma virtude. Em 2001, vaticinava-se um futuro brilhante para o fantástico Guterres e ele ficou pelo caminho, com o peso da derrota nas autárquicas.
No tempo da outra senhora, a canalha da comunicação social deste país zurrava, sempre que podia, contra a censura, que, dizia, a impedia de dizer a verdade ao povo.
Presentemente, essa mesma comunicação social esconde a verdade ao povo para estar nas boas graças, matreirice por demais conhecida, dos bandoleiros políticos que comandam a desgovernação deste país.
E porquê a diferença de atitudes de tal comunicação social onde quase predomina a cobardia, e em que as aberrações sexuais proliferam como cogumelos em terreno fértil?
Simplesmente porque o professor Salazar, como governava em ditadura, não se dava ao cuidado de lhes pagar para receber elogios ou conseguir deles o pecado da omissão, como acontece agora.
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