Continua o folhetim mexicano cujos principais protagonistas são a dra. Lurdes Rodrigues , os seus improváveis secretários de Estado e os professores. Tudo gira em torno da famosa avaliação. Nos seus lúgubres gabinetes, os restantes funcionários públicos preparam-se mansamente para "sofrer" a avaliação que lhes está destinada. Sem um pio. Sem um murmúrio de protesto a não ser à saída daquelas reuniões surrealistas entre os sindicatos e o governo. Estes "negociadores" usam invariavelmente uma língua de pau comum que nada diz aos indiferentes destinatários das negociações. Aliás, a maioria dos funcionários são os pais das criancinhas que ficam sem aulas e que aparecem nas televisões a protestar porque as crias não têm com quem ficar. É muito bem feito para o rebanho. A "força" dos professores, traduzida na sua visibilidade social, é como se fosse um outro mundo dentro do nosso pequenino Portugal. Chamam, porém, "educação" a esta estranha realidade. Será?
14 comentários:
"Nos seus lúgubres gabinetes, os restantes funcionários públicos preparam-se mansamente para "sofrer" a avaliação que lhes está destinada. Sem um pio. "
Sob pena de serem trucidados
Sr.João Gonçalves:
Perante os graves factos que estão acontecendo em Portugal, desde o apoio do Estado com o dinheiro extorquido aos pobres dos contribuintes a banqueiros e especuladores financeiros; à insurreição no sector do "ensino" e "educação"; na nacionalização vergonha de lixos tóxicos financeiros, trafulhices e prejuízos de gestão danosa; contrôle governamental da comunicação social; desconsideração das Forças Armadas; inferiorização e manipulação das forças de segurança e do judiciário; desmoralização progressiva e sistemática dos portugueses; alienação dos interesses nacionais às potências estrangeiras; crescente endividamento externo,etc., já não são eficazes exercícios de critica, denúncia da situação ou intelectualices de café...
Portugal só se endireita com uma guerra civil ou com uma revolução popular que desaloje a canalhocracia que se instalou em Portugal e que os seus responsáveis sejam julgados por terem posto des rastos uma nação secular, a mais velha da Europa.
E o Tribunal Constituicional que decrete como na Tailândia todos os partidos politicos responsáveis pelo desastre nacional eminente.
Isto já não vai com as macacadas do Prós e Contras e as mesas redondas/ideias quadradas dos Srs da Quadratura do Círculo.
Estes tempos não são para revolucionários de pantufas ou contestatários com soldo garantido ao fim do mês.
Curiosidades pré-greve, ou pró-greve?
Estatuto da Carreira Docente– Decreto-Lei 15/2007 (15 de Janeiro)
2—A carreira docente desenvolve-se pelas categorias
hierarquizadas de:
a) Professor;
b) Professor titular.
3—À categoria de professor titular, além das funções
de professor, correspondem funções diferenciadas
pela sua natureza, âmbito e grau de responsabilidade.
Estatuto carreira docente, artigo 34
2—São avaliadores:
a) O coordenador do conselho de docentes ou do
departamento curricular ou os professores titulares
que por ele forem designados quando o número de
docentes a avaliar o justifique;
Curiosidades: Não há memória de os professores se terem recusado a candidatarem-se à categoria de professores titulares. ( vide regalias...)
Mas não deixo de me interrogar: Os dirigentes sindicais – em condições legais para o fazerem – candidataram-se ou não?
Tenho cá uma fesada que muitos dos que andam aí pelas arruaças, e a mobilizar criancinhas, que tranquilamente descartam na primeira oportunidade, são os mesmos que correram para apanhar essa titularidade...
é que não há outros...
MFerrer
hoje recebi a avaliação que o director (antigo colega de faculdade) me classificou e dei comigo a pensar se os profs dos meus filhos querem que aqueles que falaram na 'geração rasta'tenham razão...
Como pode uma pessoa tão culta escrever este disparate.
JsJ
por detrás da avaliação há problemas que os profs nunca aceitaram como o da carreira docente. os sindicatos foram ultrapassados pelos protestos e tiveram que se colocar à frente ou eram ultrapassados.
no meio disto aparece sempre um jerico a falar em nome dos pais quando só representa alguns.
ouvi na sic notícias o grilo de Castelo Branco a dizer que era greve politica.deve viver noutro planeta.frausto contou que no seu tempo ouviram os problemas dos profs.
ditadores sem nível.
radical livre
Peço desculpa pelo meu atrevimento. Sou apenas uma pessoa casada com uma professora do ensino preparatório. E eu gosto de ser claro sobre eventuais conflitos de interesses.
Se um professor se candidata a titular é porque tem receio de vir a ser prejudicado em algum momento no futuro.
Em boa verdade o que está reservado para os professores titulares é bastante gravoso para eles, mas, mesmo assim, o tal receio impeliu-os a isso.
Sobre a avaliação, esta avaliação, do que me é dado observar a mesma não tem qualquer mérito a não ser ter quase toda a gente a quem se destina contra.
Numa empresa normal a avaliação, quando existe, tem um objectivo claro: aumentar a produtividade e os lucros. Em certos casos também serve para dar mais uns prémios aos amigos.
Noutros casos as avaliações servem para os gestores justificarem os prémios que os incautos sócios lhes dão, muitas vezes baseados em sucessos de curto prazo.
Exemplos destes são aos molhos, passe a expressão.
Para se ser avaliador tem de se estar preparado para tal tarefa e isso exige formação. Têm a certeza de que sabem que a mesma foi dada?
Estão envolvidos neste processo e por isso sabem do que falam ou é só de ouvir dizer ou porque pensam que sabem do assunto?
Senhor João Gonçalves gosto muito de vir ao seu Blogue e aprecio muitos dos seus comentários.
Mas este desiludiu-me.
JsJ
"...os restantes funcionários públicos preparam-se mansamente para "sofrer" a avaliação que lhes está destinada. Sem um pio".
É o caso, por exemplo dos professores universitários, coitados, ou dos juizes, coitados, ou dos capitães ,coronéis e generais, coitados, ou dos médicos, coitados, ou dos magistrados, coitados, ou do corpo diplomático, coitados, ou ...
O comentário anterior é de uma imbecilidade confrangedora. O senhor ignorará porventura que a função pública,para além das minorias que cita, inclui outras carreiras que vão desde o coveiro da câmara. os telefonistas, os antigos "contínuos", os técnicos disto e daquilo, com ou sem licenciatura, etc. etc. Reduzir a FP às classes que citou é como digo, uma imbecilidade.
A mim, que não tenho qualquer conflito de interesses nesta embrulhada da avaliação dos professores, chamaram-me hoje especialmente a atenção dois pormenores:
1º - A avaliar pelas diversas intervenções de pais de alunos que escutei hoje nas nossas TV's, a grande e única preocupação dos mesmos era apenas o desarranjo que dava não ter onde deixar os filhos, deixando claramente a ideia de que para eles, e foram bastantes, a escola se resumia a essa função e os professores se resumiam àquelas pessoas que tomam conta das criancinhas enquanto os pais vão trabalhar. Preocupante.
2º - Aquele senhor de cabelo à Marco Paulo do tempo dos dois amores, que veio falar em nome do ministério da educação, fez-me lembrar o patético ministro da propaganda de Sadam Hussein quando, no momento da entrada das tropas americanas em Bagdad, declarava alegremente aos correspondentes televisivos que os soldados se estavam a suicidar à entrada da ponte...Caricato.
Imbecil por imbecil o seu comentário não lhe fica atrás.
O senhor acha porventura que a avaliação dos coveiros, os tecnicos disto ou daquilo, como enuncia, tem de facto presentemente algum rigor?
Vê-se bem que não conhece de todo o funcionalismo publico, razão que bastaria a qualquer pessoa sensata para não dizer as barbaridades que diz.
O senhor ainda não percebeu que os objectivos do governo são apenas reduzir os custos no ensino, limitando o acesso de carreira aos professores, encerrando escolas, atirando com o pessoal não docente para a esfera das autarquias e - facilitar a todo o custo a passagem dos alunos para melhorar índices de escolaridade?
Tudo o resto é poeira para os olhos da bovinilidade nacional associada à teimosia de sócrates que como convém lhe dá o prestigio de duro que a bovinilidade tanto aprecia.
Desculpem lá, mas o Ministério da Educação tem toda a razão e sei do que falo, porque sou professora há 30 anos. Os sindicatos, especialmente a Fenprof, estão a "agitar", como eles dizem, estão simplesmente a fazer política. A maior parte dos professores não está especialmente preocupada com a avaliação, quer simplesmente que volte a boa vida anterior, com permanência nas escolas de 12 ou 16 horas (quando não era muito menos), sem aulas de substituição, sem directores, com possibilidade de poderem faltar quando lhes apetecesse. Claro que a avaliação, para eles, só vem "piorar" a situação, porque fica-se a saber quem se está nas tintas para a escola e quem quer ser realmente professor.É triste mas é esta a verdade de quem conhece os professores e as escolas há muitos anos, Por isso, o Governo não deve nunca, em circunstância nenhuma, recuar.
Só um imbecil compara os professores com os amanuenses e outros trabalhadores não qualificados da FP, em vez de os comparar com os outros corpos especiais.
AM - Porto
Em especial para a professora com 30 anos de serviço.
Diga-me cá, onde é que ESTE modelo de avaliação é bom?
- tenho 200 alunos este ano (isso mesmo...200), 9 turmas e três níveis. Também sou marido e pai de 2 crianças, por azar, uma delas deficiente.
- Sou (duplamente) penalizado por ter de dar assistência às crianças, em especial à deficiente quando tenho de faltar, para consultas e tratamentos (duplamente, porque este modelo não distingue qualquer tipo de falta - doença, assistência, maternidade e paternidade, casamento, nojo, etc... - e porque já o sou por ter uma filha deficiente)
- este modelo premeia muito mais os projectos e actividades desenvolvidas na escola. Onde é que uma pessoa com 3 níveis e 200 alunos, consegue tempo para sequer pensar em projectos?
- Para que quer uma pessoa "progredir" para ser titular, se as quotas para titulares já estão preenchidas?
- fazer grelhas de objectivos, e participar em "projectos" vai fazer de mim um melhor professor? Ou irá tirar-me ainda mais tempo?
- Este modelo não contempla realidades diferentes....embora o trabalho em sala de aula seja idêntico; um colega meu, da mesma disciplina, com 5 turmas, terá mais tempo disponível do que eu para esse "verniz" sobre a vida escolar.
- e outros aspectos ridículos que o modelo possui...
...para isso aconselho qualquer um a ir visitar o site do ME e consultar as montanhas de grelhas e "orientações" que lá estão....se ainda não as retiraram.
Depois de lerem e digerirem aquilo tudo, venham então comentar.....
É que de "árbitros de sofá"....aqueles que sentados na sala, opinão a torto e a direito como o árbitro e os jogadores deviam fazer.... desses já ando farto.
Também não opino sobre os militares, nem sobre os médicos, nem sobre outras profissões das quais desconheço o quotidiano. Claro que posso ter uma opinião pessoal sobre isso, mas como pessoa de mente aberta que sou, considero que quem está dentro do buraco em que se encontra, deverá saber melhor do que os que estão de fora a ver...por isso respeito as opiniões dos diversos profissionais, sobre as suas respectivas profissões.... e se a maior parte dos docentes é contra este modelo, é porque alguma coisa vai mal....
Enviar um comentário