2.2.06

SEGUIR EM FRENTE

O meu amigo Rui Costa Pinto "contou" na Visão uma "história" supostamente secreta envolvendo "secretas". Por causa dessa "história" ninguém teve descanso. Nem o autor, nem o chefe da "secreta" propriamente dita, nem o dr. Silva Pereira, o erzatz do primeiro-ministro. Os partidos promoveram a sua pequena crise de "escândalo" e pediram explicações parlamentares. Silva Pereira ameaçou mesmo com tribunais e falou em coisas "grosseiras". No fundamental, estaria montada uma "secreta" pertinho do chefe do governo, ao arrepio do controlo parlamentar e de outros controlos impostos pelas leis e pelos bons costumes. Não sei se isto é fundado ou não. Uma coisa é certa. Desde o 25 de Abril, altura em que foi desmontada a PIDE/DGS, a matéria das informações passou a ter má reputação. A polícia política, para além de política, "tratava" informação, aqui e nas falecidas colónias. Muitos dos funcionários dos serviços ultramarinos foram, aliás, "aproveitados" para os organismos congéneres instituídos por este regime. Nenhuma democracia adulta pode dispensar um serviço de informações minimamente credível. Convém lembrar que foi o insuspeito Mário Soares, chefe do "bloco central", quem "deu à luz" o sistema em vigor que o decurso do tempo foi "adaptando". E que, à "cabeça" do sistema está, como sempre esteve, o primeiro-ministro. A nossa dimensão e outras ninharias recomendariam a fusão dos serviços num só. Talvez fosse por aí que se devesse começar e, quem sabe, alguém esteja a "estudar" o assunto, mais ou menos junto do chefe do executivo. Esta peripécia acabou por" esconder" o primeiro encontro entre José Sócrates e Cavaco Silva. É só mesmo isso que é preciso. Seguir em frente.

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