26.2.06

BB COMO ELA É


A Carla exibe quase diariamente o seu desvelo fotogénico por Brigitte Bardot, na versão "boa". O acaso do zapping levou-me a um "canal de biografias" onde passava a da BB. Bardot era entrevistada na sua casa, com piscina ao fundo, e a conversa era entremeada com a história da vedeta, primeiro a preto-e-branco e depois a cores. A ex-diva já dobrou os setenta e "dobrou", como lhe competia, muitos homens. Porventura farta deles e dela própria, dedicou-se à causa animal. Isso aproximou-a de um outro filantropo de extrema-direita, amigo de Le Pen. No documentário chegou mesmo a falar da "admiração" que sentia pelo líder da Frente Nacional e confessou que nutre um enorme desprezo pela humanidade em geral. Bardot é hoje evidentemente uma ruína. Pelos vistos não apenas física, mas também "humana". A culpa, em parte, não é dela. Existe um mundo que a consumiu e que a secou oportunamente. Os animais são o seu último reduto, a singularidade frívola de uma loira septuagenária.

7 comentários:

Jansenista disse...

Fala como se ela tivesse culpa de ter envelhecido. Quanto a ruína, não consigo vê-la numa pessoa que, no arco final de uma vida preenchida, ainda tem convicções fortes, boas ou más (dependendo). Queriam enclausurá-la em vida para que nunca envelhecesse, para ficar loira burra para sempre. Ela vingou-se, arruinando as expectativas e as conveniências.

Anónimo disse...

Ela é uma loira burra. Ter convicções fortes (como se pode, aliás, ver pelos maiores ditadores da história e respectivos apoiantes; como se pode, igualmente, ver pelos seres mais arrogantes) não torna ninguém automaticamente inteligente.

Anónimo disse...

Dedicar os recursos e o tempo que restam de uma vida à protecção dos animais é, portanto, "uma singularidade frívola"... É uma opinião.

Quanto ao desprezo pela humanidade, convenhamos que, quanto muito, a humanidade merece uma metódica e inflexível inversão do princípio da inocência!

A simpatia pela extrema-direita, finalmente: bem, há quem a tenha pela extrema-esquerda. E se a extrema-direita cresce, por essa Europa, talvez conviesse pensar um pouco porquê. Antes de demonizar ou ridicularizar, em preconceito apriorístico, quem se possa sentir atraído por ela...

Jorge Simões disse...

Vamos lá ver só uma coisa (e isto de fazer afirmações é uma chatice, porque nunca têm nada de absoluto mas parece que sim)... Concordo com a história da extrema-direita e da extrema-esquerda mas não tenho que achar graça - claro que há razões mas, uma vez mais, a atitude dos atraídos não é inteligente. Quanto à humanidade ser desprezível, não acho. A humanidade, as pessoas, pela sua complexidade (e pela sua irracionalidade/racionalidade) é simultaneamente bela, interessante e extremamente irritante. Desprezível, acho que não.

Anónimo disse...

Quanto à questão da humanidade, é tudo uma questão de gradação dos sentimentos. Definitivamente, erro meu, sem dúvida, não sigo a ideia do bom selvagem.

Quanto à questão da adesão a extrema-direita, a coisa, diria, ultrapassa em muito o achar graça ou não. Desgraçadamente. É sério, sem dúvida (como seria o oposto, por muito que custe a alguns bem-pensantes).

Daí a correr, genericamente, como "não inteligente", quem muito possivelmente age acossado, do modo que pode, em nome da preservação de uma ordem que, boa ou má, existia - balizou gerações - e vai desaparecendo, trocada por ordem nenhuma(!), é um bocado sobranceiro.

A alegada e arrogante, por maçador que seja dizê-lo, superioridade moral da esquerda esconde imoralidades gigantescas.

Anónimo disse...

Pois. Mas suponho que isso, com que concordo, não me seja dirigido, uma vez que mencionei os extremismos e não a direita em particular...
A questão que me tem acompanhado ao longo da vida é que os direitistas assumidos consideram-me esquerdista e, em casos extremos, "comuna", enquanto os esquerdistas assumidos me acham americanista, cavaquista e mais o que lhes passar pela cabeça (normalmente, acham que me lêem nas entrelinhas). Resultado de ser uma espécie de anarquista de tendência liberal... :)

Anónimo disse...

João, não acha que gastou texto a mais com a Carla Hilário? Essa nunca compreenderá, porque ela e a loira ruína humana que hoje é a Bardot se merecem.Patéticas.