7.2.06

O HOMEM QUE SORRI


Hoje "enchi-me" de execráveis produtos do Ocidente e da "civilização". Para conseguir um módico de eficência laboral, pus uns auscultadores e ouvi a Caballé e a Cossotto na Norma, do sr. Bellini, páginas do Rienzi, do sr. Wagner - uma opção devotadamente reaccionária já que era a ópera preferida de Hitler-, algum Rigolletto, do sr. Verdi, para evitar os excessos de sofisticação e, finalmente, Bach, na fase mais melancólica do dia. Este é o meu mundo, mesmo nos meus piores momentos. Quando viajo, designadamente para países árabes, levo-o comigo. Há aqui uma grande diferença, de facto. Eu posso "levar" o meu "mundo" para qualquer lado. Existem, porém, "mundos" que não "viajam". Dito isto, confesso que já estou levemente enjoado com a polémica dos cartoons, da liberdade de expressão e das queimadas. Parece que andamos a comer uma "pescadinha de rabo na boca" enquanto a escalada aumenta. No meio desta retórica toda, algures, numa primitiva montanha, há um homem que sorri descansadinho. E essa é que é essa.

3 comentários:

Rui MCB disse...

Sem dúvida!

Anónimo disse...

Pequena nota de quem não tem mais para fazer: a ópera favorita de Hitler era a Viúva Alegre. Contudo, se a tomarmos como mera opereta, Wagner regressa ao top.

Ainda assim, a intenção era apenas a de desonerar João Gonçalves do peso da escolha wagneriana...

Anónimo disse...

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