2.2.06

O ESPLENDOR E A GLÓRIA

Alguns amigos e amigas imaginam transportes e derrames melancólicos cada vez que aqui ponho um poema, bastas vezes do Joaquim Manuel Magalhães. Ele, melhor do que eu, tem ensinado e escrito sobre poesia - a dos outros - em ensaística vária. Dou-me com a sua poesia há muitos anos e foi sobre ele que escrevi o meu primeiro texto num jornal. Como em certas coisas sou conservador, não o deixei pelo caminho. Está sempre um livro qualquer dele por perto. Considero-o, insisto, um dos melhores poetas contemporâneos na nossa língua. Porém, para não perder o fio à meada, lembro apenas, do prefácio de Eduardo Lourenço à Crítica Literária de William Wimsatt Jr. e Cleanth Brooks (Fund. Gulbenkian), o seguinte: "O poema é antes de tudo um texto e uma textura que em sentido rigoroso não tem exterior ao qual reenvia. O poema é, literalmente falando, "um mundo", ou antes um outro mundo de que é necessário, sem sair dele, "narrar o esplendor e a glória"." Estamos, pois, entendidos.

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