"Melville dizia: "Se dissermos dadas as necessidades da argumentação que ele é louco, então eu preferiria ser louco a sábio... gosto de todos os homens que mergulham. Qualquer peixe pode nadar perto da superfície, mas é preciso ser-se uma grande baleia para descer a cinco milhas e mais... Os mergulhadores do pensamento voltaram à superfície com os olhos injectados de sangue desde o princípio do mundo." Reconhecemos com facilidade que há perigo nos exercícios físicos extremos, mas o pensamento é também um exercício extremo e rarefeito. A partir do momento em que pensamos, enfrentamos necessariamente uma linha onde se jogam a vida e a morte, a razão e a loucura, e esta linha arrasta-nos. Só podemos pensar nesta linha de feiticeira, faltando dizer que não estamos forçosamente condenados a perder, que não estamos forçosamente condenados à loucura e à morte."
Gilles Deleuze, Conversações
8 comentários:
São fascinantes os mergulhadores do pensamento...os que conseguem voltar á superfície.
... Hoje acordei ao som de Gershwin.
... Depois tirei, um livro ao “acaso”– “A Psicologia Colectiva” de Pierre Mannoni.
Abri tambem ao acaso e li:
“Felizmente, há as exigências da realidade, que, de tempos a tempos, afrouxam a pressão das obrigações, das proíbições, e sobretudo põem fim à sua repetição aflitiva.
O homem procura constantemente uma alternativa para o que a existência tem de irrisório e de pesada seriedade. De uma maneira geral encontra-o nas festas que oferece a si próprio, com as suas explosões de riso e loucura: a alegria da resposta à lassidão desencantada e um tanto crispada do quotidiano. Trata-se portanto de romper com uma ordem de submissão, de sair para fora do seu papel social, da sua personagem: é necessário regenerar-se, encontrar, no fundo do seu ser, essas dimensões secretas que ali são escondidas para as esquecermos (provisoriamente).
Mas as nossas pulsões, os nossos desejos, têm uma vitalidade que exige satisfações, pelo menos parciais e eteractivas.
E, continuava sobre comportamento de grupo
“Sobretudo se aceitarmos a ideia de que o grupo procura sempre, através da ideologia religiosa ou política em que se situa, uma certa imagem de si própria na qual possa encontrar-se e entregar-se às delícias do narcisismo”.
... Assim, penso que os BLOGS se podem inserir nesta análise de “colectivo” onde, se queira ou não, são de uma forma ou de outra procurados os “estímulos”.
... Independentemente deste BLOG, na realidade através da inteligência/elegância/respeito e grande visão do seu autor, nos forneça esses “estímulos” cujas reacções irão “estimular” tambem o próprio, gostava de deixar uma pequena sugestão
... Porque não “diariamente” nos “presenter” com um texto, poema, pensamento, de forma a procurar uma necessidade de “exercíco mental” que por sua vez dê lugar a uma troca de “estímulos” levando assim a opiniões e/ou discussões mais profundas, construtivas dado que as pessoas aparentemente “querem” mas “não” o fazem porque, por vezes têm “medo” de libertar o seu “EU” aprisionado/recalcado por estigmas e condicionantes impostas muitas vezes pela sociedade e/ou família e, daí as variadas reacções menos correctas que aparecem.
... E, como diz a “realidade” é mais rica que a nossa “imginação”. É a 3D.
Porem são necessários “estímulos” para dar asas à “imagiação e criatividade”
Imaginação não passa de um filme, realmente ...
Mas como já se investiga a 4D e, em Portugal, depois se verá onde irá interferir
... Eis senão quando ao abrir hoje o seu BLOG me sinto presenteada, com mais um belo texto
Transmissão de pensamento ...
obrigada ...
Gilles Deleuze já foi chão que deu uvas!
... provavelmente o seu chão!
...quando souber ó anónimo das 6:57 o que são máquinas desejantes, então ficaremos conversados.
A função da filosofia, segundo Nietzsche, é incomodar a estupidez. Por isso, os seus "trabalhos" não têm fim.
... a anón... das 5.47 e das 6.57 não se comove como pretende certamente o "pharos"
... João continue respondendo com o brilhantismo que acaba de fazer
... é o País que temos!
Mas já tem fim a sua vida. Se tivesse tomates suicidava-se como Nietzsche. Mas V. não os tem, embora tenha pendor fascizante q.b.
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