28.1.05

REALISMO E RESPONSABILIDADE

Antes de avançar, esclareço já que não morro de amores por Freitas do Amaral. Não simpatizo com a sua pusilanimidade política, a razão maior por que nunca me pareceu que ele fosse um bom candidato presidencial. Nem no passado, nem agora. Há três anos, ele e uns bons milhares de portugueses, apostaram em Durão Barroso para sair do célebre "pântano" do eng. º Guterres. Ele e esses bons milhares de portugueses entendem hoje, e bem, que Santana Lopes não consegue resolver qualquer problema sério do país. Aliás, ele é, em grande medida, o próprio problema. Como diria o dr. Portas, era o que mais faltava que, perante o descalabro geral destes últimos três anos, aqueles a quem ainda sobra um resquício de lucidez não mudassem de opinião e não apelassem ao país para mudar também. As reacções patéticas ao artigo de Freitas do Amaral na revista Visão, apenas espelham o estalinismo intelectual que ocupa grande parte das mentes dos nossos queridos "neo-liberais" da "nova direita". Os indecisos e os indiferentes, a mais importante evidência que ninguém quer ver em todas as sondagens , não se convencem à canelada, com bravatas idiotas ou com estéreis promessas de céu permanentemente azul. O artigo de Freitas do Amaral é simplesmente um alerta sensato e realista, definindo uma responsabilidade. E daqui até ao dia 20 de Fevereiro, é só disto que precisamos, de realismo e de responsabilidade.

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