25.1.05

OS "JOVENS"

Enquanto a chamada "pré-campanha" só debate os debates, coisa que manifestamente tira o sono a qualquer um de nós, parece-me importante olhar para este "estudo" do Observatório Português da Juventude, editado pelo Público. Não dizem que são as "crianças" e os "adolescentes" o "futuro"? Pois se são, convém prestar atenção ao que verdadeiramente lhes interessa e não interessa. Mais de 80% dos "jovens inquiridos" estão-se literalmente nas tintas para a "participação cívica". Cerca de 50 % "não se consegue situar" nem à "esquerda" nem à "direita" e não tenciona votar. A sério, a sério, o que os "jovens" querem mesmo é um emprego e uma casinha, "o amor e a cabana" da "pós-modernidade". É também para esta gente que os "políticos" supostamente devem falar. Como diz o outro, eles falam, falam, falam mas pelo menos estes, os "jovens", não os ouvem.


"O desemprego, o custo de habitação própria e o acesso ao primeiro emprego são as três grandes preocupações dos jovens portugueses, revela um estudo realizado pelo Observatório Português da Juventude. A maioria dos jovens inquiridos não consegue situar-se politicamente entre a esquerda e a direita e não participa nos actos eleitorais. O estudo, baseado num inquérito a 814 pessoas, indica que pelo menos quatro em cada dez jovens (41,5 por cento) elegem o desemprego como a primeira grande preocupação, seguindo-se o custo de habitação própria (30,6 por cento) e a procura do primeiro emprego (26,8 por cento). Um em cada cinco jovens (20 por cento) considera o acesso ao Ensino Superior a sua principal preocupação. O documento revela ainda que pelo menos oito em cada dez jovens (86,4 por cento) não participam em grupos cívicos, sociais ou políticos.Dos 13,5 por cento que afirmam pertencer a alguma organização cívica, os partidos políticos abarcam a maior fatia, com 31,8 por cento, seguindo-se as associações culturais (20,9 por cento), desportivas (16,8 por cento) e recreativas (15,5 por cento). Seguem-se os grupos humanitários, com 11,8 por cento, os grupos religiosos (7,3 por cento) e as associações de estudantes, com apenas 6,4 por cento. Da grande maioria de jovens que não se deixam absorver pelo movimento associativo ou partidário (86,4 por cento dos inquiridos), cerca de um terço (31 por cento) justifica tal posição pelo "desinteresse pelas actividades cívicas", enquanto que 16,5 por cento aponta a falta de tempo e 11 por cento responde que "não teve oportunidade". Quanto à orientação política, 46,9 por cento dos jovens inquiridos diz que não se consegue situar na "esquerda ou na direita". Os restantes distribuem-se à direita (21,6 por cento), à esquerda (18,1 por cento), no centro-esquerda (6,8 por cento) e no centro-direita (6,6 por cento). Somadas as respostas dos jovens com opinião política "a direita ganha à esquerda", adianta o estudo. Em relação a actos eleitorais, a maioria dos jovens (51,3 por cento) anda afastada dos votos, alegando que "não estava próximo da mesa de voto no dia das eleições" ou porque "tinham algo mais importante que fazer" (26,2 por cento). Quanto à educação, 34,3 por cento dos jovens portugueses querem concluir uma licenciatura, enquanto que 19,5 por cento pretende acabar o 12ºano de escolaridade. Apenas 8,7 por cento tem por objectivo uma pós-graduação e 7,7 por cento atingir o doutoramento.A sondagem foi realizada pela Marktest entre 4 e 12 de Janeiro de 2005, tendo sido efectuadas 814 entrevistas, com erro de amostragem de 3,43 por cento e um intervalo de confiança de 95 por cento."

Sem comentários: