O primeiro-ministro e líder do PSD concedeu uma entrevista ao Jornal de Notícias. Descontados os habituais "estados de alma", Santana aproveitou o ensejo para lançar alguns "recados" ao dr. Portas. Lembrou-lhe que, nas autárquicas de 2001, ele foi "o herói da esquerda" e que agora aparece como o depositário de todas "as virtudes". Por contraste com ele próprio, presume-se. Por seu lado, Portas pôe hoje na rua o seu cartaz onde aparece entalado entre as palavras "voto útil". A devastação provocada pela inépcia destes últimos meses e o "balanço" fortemente negativo que é forçoso fazer da experiência da coligação, não deixam praticamente nenhuma margem para a "retoma eleitoral". Isto quer dizer que o PSD de Santana e o CDS/PP vão disputar basicamente o mesmo eleitorado. Em linguagem chã, têm que se enfrentar e opôr. Portas tem feito campanha à custa da sua "imagem" de ministro de Estado e da Defesa, repetindo à exaustão os seus "méritos" e as suas "medidas", reanunciadas vezes em fim. Tem a crédito a distância prudente a que se colocou das infantilidades do seu parceiro maior. Lopes naturalmente já percebeu o que é que isto quer dizer. Acontece que, nesta matéria, nenhum deles é particularmente "virtuoso". Preparemo-nos, pois, não para uma "campanha alegre", mas para uma campanha sórdida onde cada um tentará mostrar que "a minha virtude é maior que a tua".
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