12.4.08

O REGIME DO BOLHÃO


O governo agachou-se. Daqui para diante todos os restantes funcionários públicos podem passar a andar pela rua a berrar. Têm a mesma legitimidade que o governo concedeu a cerca de cento e tal mil deles. Por isso não se entende o registo "mercado do Bolhão" usado pelo 1º ministro no debate quinzenal. Sócrates debate com a rua, não debate com os seus "pares". Com estes grita, é mal educado e autoritário à vontade. É o território que ele domina graças ao seu ADN partidário caciqueiro. A rua é outra conversa. Aí Sócrates tem perdido e alguém já lhe deve ter explicado que o facto lhe vai custar a maioria absoluta. Nenhum voto de esquerda se transfere ou mantém no PS por o governo "baixar as calças". À esquerda dele, ninguém - muito menos os sindicatos - lhe agradece o frete. E a "direita" não aprecia frouxos demagógicos que falam alto com quem não devem e que voam como crocodilos com quem não podem. Neste panorama pusilânime, o PSD, muito a propósito, não existe. Menezes é o grande aliado deste Sócrates em regime de meia-dose. Ele e a esquerda agradecem que a presente mediocridade social-democrata vá a votos em 2009. Já se viu que, em estado de necessidade, Sócrates não hesitará em descer a avenida. No Bolhão fazem-se apenas negócios. Não é necessário vergonha na cara.

8 comentários:

António de Almeida disse...

-Nem mais caro João Gonçalves, acerta na mouche, lamentável é a não existência de qualquer alternativa credível por parte da oposição á direita do 1º ministro.

Anónimo disse...

Exactamente: agachou-se. Acha você e muitos outros.
O que o João não chegou a perceber, como a maior parte da opinião publicada e a outra, é que as escolas sempre quiseram fazer esta avaliação, mas de forma ponderada e séria... e tal não era possível em menos de 6 meses. Agora já podem.

Desde já lhe digo que não vou pelo politicamente correcto: sou contra a avaliação,esta, de professores para a progressão na carreira. Por uma razão simples: é a colaboração, e não a competição, que contribui para uma melhor educação (pense em pais a colaborar um com o outro ou a competirem entre si).

Por isso, para mim, esta é também uma má notícia: preferia que a ministra não se tivesse "agachado", para que o processo de avaliação decorresse de forma caótica, confusa e facilitadora. E como "o que nasce torto, tarde ou nunca endireita", garantir-se-ia que os seus males fossem menorizados. Graças a este recuo do ME já não é isso que vai acontecer.

É a minha opinião.

Anónimo disse...

Para compreender a realidade de ser docente não há outra forma que não seja "pôr a mão na massa".
A avaliação não deve ser de 2 em 2 anos, deve ser diária para bem de todos. Um docente tem que ser ajudado mo início da carreira para conseguir ter sucesso pessoal e profissional, não precisa ser policiado pois a pressão de controlar uma sala de aula já lhe chega "para gasto de casa".
Este Governo está a exigir o imposssível a esta classe para poder apresentar resultados no Power Point 2009 mas os resultados que nos interessam são os escolares e não os partidários.

Vítor Amado disse...

Meu caro: o senhor enganou-se.Quem se agachou foram os sindicatos,não o governo.

Anónimo disse...

Menezes só serve a Sócrates.Quanto mais tonto tanto melhor para a Só-cretinice continuar impune.O PSD está num dilema:ou se auto-define para todo o sempre como um partido de tontos certificados,talvez pela ASAE...;ou corre com o Menezes à bomba a curto prazo.

Anónimo disse...

João Gonçalves, você, ou tem sorte, ou sabe procurar.
Não só a imagem é exemplo da regatice primária (da mão na anca), mas o texto alegra estes dias finais da pátria.

Anónimo disse...

JoãoG
Devia repetir isto uns meses antes das próximas eleições.
Não que nós o não possamos gravar e guardar, mas já começa a faltar a paciência aos amadores que aqui veem.
Haja quem veja, haja quem o diga. E o relembre. A bem da memória.
JB

Rui Diniz Monteiro disse...

"Depois de aprovado, o entendimento será ratificado na próxima quinta-feira o que, segundo Mário Nogueira, afasta “o recurso à greve e a outras acções de protesto que colidam com o normal desenvolvimento das actividades lectivas até ao final do terceiro período de aulas”. " (Público - Última Hora)

Fiquei a saber assim que quem se AGACHOU foi a plataforma sindical. A 4/4, em reunião com Conselhos Executivos, já o ME tinha dito que as escolas podiam fazer o que aparece como concessão neste "entendimento".
Mas o ME precisava da garantia de não haver mais manifestações. Já a tem.
O senhor é um ingénuo, João. E eu também.