13.2.08

FAZER-SE DE VÍTIMA

«Para um partido de governo, só há uma perspectiva pior do que uma derrota: é um sucesso mais ou menos garantido por falta de concorrência. A disciplina afrouxa, os correligionários tornam-se mais exigentes - e alguns chegam mesmo à insolência. Foi essa uma das razões do martírio de Tony Blair em Inglaterra. O maior risco para os actuais líderes do PS é, neste momento, que o seu próprio partido venha a gerar, através de figuras como Manuel Alegre, a oposição que, fora dele, nunca existirá verdadeiramente enquanto o PSD estiver submetido à comissão liquidatária encabeçada por Menezes e Santana. E daí a necessidade que Sócrates e a sua corte têm de inventar fantasmas que os autorizem a tocar os batuques da união e lealdade. Só assim podemos compreender o estranho fenómeno de ver o Governo, num país em que o Estado pode e manda tudo, a declarar-se cercado e a fazer-se de vítima, como pretexto para agredir e desconsiderar. Se Sócrates e Costa andassem preocupados e entretidos com uma liderança do PSD capaz de lhes herdar o poder, teriam certamente menos tempo para dedicar aos jornalistas e comentadores. A oposição serve para escrutinar a governação e possibilitar a alternância. Mas também para servir de alvo aos ímpetos e necessidades de confronto dos governantes, poupando assim o resto dos cidadãos, e especialmente os que fazem notícias e escrevem comentários. Em suma: precisa-se urgentemente de uma oposição que nos tire este Governo de cima.»


Rui Ramos, in Público

9 comentários:

Anónimo disse...

Precisar, precisa-se e urgentemente. Mas donde virá ela?

Anónimo disse...

Há uma maneira acessível e não agressiva de passar à 4ª República.

- VOTAR ABSTENÇÃO -

40% estão assegurados por tradição. Com outros 40 tudo tinha que ser repensado. As eleições não seriam eticamente válidas.

joshua disse...

Ainda ouso acreditar, João, que, apesar de tudo, os Cidadãos e a Blogosfera, não farão a vida fácil a este governo plenipotenciário.

E venderão caro todo o tipo de favas contadas.

PALAVROSSAVRVS REX

Nuno Castelo-Branco disse...

Eleições eticamente válidas... Como as últimas para a CML?
Parece que Garcia Leandro voltou à carga, desta vez com uma clara sugestão de reorganização das duas principais forças políticas. Não é novidade e voltando um pouco atrás, já há cem anos se tentou o mesmo. O resultado foi aquele que todos sabemos. E por favor, 4ª república?!!!!!! Como? Com quem? Onde estão esses "republicanos"?

Anónimo disse...

O grande problema é mesmo esse. Já começo a acreditar que neste país não há Homens/Mulheres. Já não somos capazes de "sonhar" e "realizar".

As eleições para a Câmara de Lisboa não foram eticamente válidas. A sua aceitação foi uma fuga para a frente para evitar um mal maior.

Anónimo disse...

São 'eles' próprios, a casta que (des)governa o país, que são a "verdadeira" oposição : hoje dizem uma "coisa" e amanhã dizem "outra" ; amanhã mentem e depois de amanhã desmentem.

RES PUBLICA é o que 'isto' não é ; 'isto' é RES DELES !

Nuno Góis disse...

Realmente não há oposição à deeita deste governo, contudo não acredito que este Socrates consiga outra maioria absoluta. E como ele não sabe dialogar, nem ninguém se vai querer juntar com ele. Estou em crer que a seguir às próximas legislativas o país vai ter parar balanço... E o problema é que não vale parar.
Quanto a Alegre ser oposição... Só se for uma piada de péssimo gosto.

Anónimo disse...

tomára que o país parasse... quanto mais se tenta governar neste país pior a situação fica!

De um interludio é o que precisamos... e global! A coisa tá negra! ...dasse.

Anónimo disse...

ahahahaha, 4ª república, se ainda não conseguimos digerir estas três. Metam o cadáver no panteão e deitem fora a chave ao Tejo.Já chega
Pedro Matias
Lisboa