Não possuo o instinto da maternidade - impossível - nem o da paternidade: não quero, não gosto. Jamais serei pai ou avô. Irrita-me o "criancismo" da mesma maneira que gosto de crianças desde que não me apareçam à frente nos restaurantes. Incomodou-me a manipulação das ditas nesta "campanha" porque estão em causa vidas por vir ou por não vir, e não crianças, justamente as que berram e esperneiam nos restaurantes. Françoise Giroud teve três filhos. O primeiro não foi, como se costuma dizer, "desejado". É sobre essa dor inicial e, depois, final com a morte de Alain aos vinte e cinco anos que Giroud escreve nas primeiras páginas de Artur ou a Felicidade de Viver. Era a França de Julho de 1940, em plena guerra. Françoise Giroud foi, em todos os sentidos, um ser humano exemplar que, por acaso genético, saiu mulher. Feminista sem ser sexista, Giroud acedeu a lugares no jornalismo e na política à conta de um combate de toda uma vida justamente por ser um ser humano superior. Atentai, pois, nas palavras insuspeitas desta mulher de oitenta anos, oh hiper-emancipadas de pacotilha sempre à beira de uma ataque de nervos e sempre dispostas a surpreender misoginia em qualquer canto. Estou farto de desdentadas mentais, venham elas de onde vierem, usem elas Chanel 5 ou cheirem mal do sovaco, morem num condomínio fechado ou numa barraca.
4 comentários:
Dedicado por igual aos defensores do sim e do não (eu fico em casa):
“O pensamento pode ter elevação sem ter elegância, e, na proporção em que não tiver elegância, perderá a acção sobre os outros. A força sem a destreza é simples massa.”
O Livro do Desassossego” – Fernando Pessoa
...se não gosta de crianças por elas espernearem nos restaurantes....deveria era ODIAR os pais que não sabem educar...
O MEU nunca esperneou em sítio nenhum e nunca envergonhou os pais em todo o lado onde esteve: e foram todos onde eu fui, nunca o deixei com ninguém desde que nasceu!! E era, no entanto, uma criança muito alegre e activa.
Pelos sentimentos que demonstrou ter pelas crianças, graças a Deus que nehuma criança o terá por pai...
Ser pai é a coisa mais maravilhosa que pode acontecer na vida de um homem.
Digo-o por experiência própria, acredite.
Para um homem que fala das crianças, em ser pai ou avô com uma certa indiferença, é estranho que as defenda com tanta "garra" como o tem feito neste referendo, tomando partido pelo Não...
João, um homem que faz isso (mesmo que mostre/fale de outra forma)sente muito mais AMOR por elas do diz..
Desculpe, mas eu sou uma sentimentalista pura (acredito no Pai Natal!) assim como acredito e sinto que o João é um grande Homem.
E estou a falar de coração.
Obrigado!
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