8.2.07

DEDICADO ÀS MULHERES -1


Esta "campanha alegre" que agora termina teve de tudo. Jantaradas, comícios, troca de mimos, cartazes berrantes e aberrantes, histéricos, doidas e doidos, meia dúzia de sensatos, Marcelo Rebelo de Sousa e um padre Pinto muito coradinho, ambos atípicos. Como há muita gente a pensar e a berrar que o "assunto" é um exclusivo da mulher, lembrei-me de ir às páginas de um livrinho que li vai para seis anos - Artur ou a Felicidade de Viver - de Françoise Giroud, traduzido na colecção "Entre Mulheres", da Editorial Inquérito. Os "jovens" e certas "intelectuais"- que diabo é um "jovem"ou uma "intelectual"? o que é que define um "jovem" ou uma "intelectual"? - ignoram certamente quem foi Giroud e, infelizmente, muitas mulheres hiper-emancipadas que se julgam subtis e "esclarecidas", também. Antes desta "campanha" começar, já tinha dito o que pensava do famoso arquétipo feminino-feminista que essas hiper-emancipadas exibem como um troféu decadente. Não me impressionam nada as Maria Belo desta vida que continuam exactamente em 2007 como eram em 1960. Já Françoise Giroud me merece outra consideração. Aos oitenta anos escreveu aquele precioso livro de memórias que se lê de um fôlego e que começa pela morte abrupta do filho Alain - teve ainda outro filho e uma filha- soterrado por uma avalancha numa estância de esqui em Savoie, apenas com vinte e cinco anos. Como é que Giroud olha retroactivamente para esses tempos difíceis em que se achou "mãe solteira", em Julho de 1940, com vinte e poucos anos?

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