10.8.06

MEMÓRIAS


Estava para escrever qualquer coisa sobre essa fantástica agremiação intitulada "Não apaguem a memória", uma designação quase tão má, como, noutro registo, a "não te prives". Recordo-me de ver esse "herói" revolucionário do MFA - oportunamente "apagado" da RTP no dia 25 de Novembro de 1975 e substituído pelo Danny Kaye - e que se chama Duran Clemente, de megafone na mão, a berrar junto à sede da ex-pide, justamente numa mini-manifestação da referida "não apaguem a memória". Clemente, apesar de tudo, não é dos mais mumificados e, que conste, só foi "anti-fascista" entre 74 e 75. Adiante. Ia escrever, mas não vale a pena, porque o fundamental está dito neste post e neste.

6 comentários:

Anónimo disse...

Esse "ganda rebulicionário" tem continuado na política, enfeitando sistematicamente as listas do PC na freguesia de Santa Catarina (Lisboa).
E esta, hein?

Anónimo disse...

Aljube, Peniche, Caxias... são edificios que marcaram amargamente quem por lá passou. Nunca os visitei. Mas li e ouvi falar. Compreendo os que sentiram no corpo e na mente as agruras da mordaça e não querem "apagar a memória"... mas, " o mundo pula e avança"...e discordo que permaneçam imutáveis, parados no tempo, guardando os seus fantasmas, para turista ver. Mais do que guardar a memória devem servir a comunidade pró-activamente.

Anónimo disse...

E o Fitipaldi dos Cahimites ? Já se esqueceram dele ?

San disse...

Bom, depois das refregas ideológicas o que fica mesmo é a memória colectiva. E vai uma grande distância (de honestidade intelectual e credibilidade científica) entre preservar a memória e branqueá-la!

Transformar a sede da PIDE num condomínio fechado onde se pretende que uma série de pessoas estabeleça o seu lar é, além do mais, sinistro! Não direi que é parecido com transformar Treblinka numa estância de férias, mas estamos a falar também de um espaço de horror e destruição física, salvaguardadas as devidas distâncias políticas e ideológicas.

Anónimo disse...

eu gostava era de ver se o senhor bloger do pt dos pq tivesse sido preso politico se continuava a achar tão mau o slogan de não apaguem a memória... E já agora, você nunca vê nada de positivo neste nosso país? deve ter esse figado todo consumidinho...

Anónimo disse...

O Fitipaldi dos Chaimites, o "locutor" a quem cortaram a palavra, foi uma personagem caracteristica desses tempos. Era jovem, imaturo e generoso. Fervia de ardor revolucionário.
Hoje, olhando para trás, é tempo de encarar aqueles dias sem ódios e rancores. Apaziguemos as nossas memórias. "É Hora"!