13.10.04

PORTUGAL EM INACÇÃO

Os sinais são claros. Não é preciso conhecer profundamente a "administração pública", nas suas diversas e complexas vertentes, para perceber que, de uma forma dramaticamente genérica, tudo se apresenta mais ou menos paralisado. Quando digo "administração pública", penso naturalmente nessas extraordinárias e complexas "máquinas" que são os ministérios. Basta ouvir - em surdina naturalmente - quem por lá anda ou quem espera por um "serviço público", para se dar conta da expectativa inerte que reina. O que aconteceu na Educação, o que não acontece na Cultura, o que se "anuncia" na Justiça (qual "pacto", qual carapuça), o que se passa em muitos serviços a que os cidadãos acorrem diariamente, a falácia da "obra pública", etc, etc, são a negra face de uma mesma evidência. A sofreguidão cega de dar cabo do "Estado-providência", desse por onde desse, e fosse lá onde fosse, sem qualquer coerência mas com método, poupando onde não se devia poupar e gastando onde não se devia gastar, permitiu que se chegasse ao actual momento de fantasia. Os 14 minutos puramente declamatórios de Santana Lopes fizeram o sumário da coisa. Ele veio contar-nos "uma história" e prometer-nos mais "contos mágicos". Ao pedir "esperança", Lopes queria dizer "confiem em mim", o velho jargão do amigo Barroso. A sério, quem é o tolo que pode "confiar" ou ter "esperança" neste terrível Portugal em inacção?

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