12.10.04

O ANTI-CICLONE DOS AÇORES

O ministro da Agricultura há quinze dias que não sai dos Açores. Não lhe deve ter escapado nem uma vaca na campanha. A ministra do Ensino Superior, também nos Açores, anunciou umas "borlas" de avião para os estudantes autócnes. O Dr. Portas, em idêntico derrame açoriano, assinou qualquer coisa com a Força Aérea para facilitar deslocações. Finalmente Santana Lopes, ele mesmo, num apropriado jantar-comício, entre bandeiras e garrafas, prometeu aos Açores, Madeira e Continente, a sagrada trilogia da propaganda: aumento das pensões dos velhinhos, de quem o Dr. Portas é particulamente íntimo, baixa no IRS e aumentos à função pública. Esta imensa glória, disse Lopes, não pôe em causa, não senhor, nem os estimáveis 3% policiados por Bruxelas, nem o crescimento da economia. Este delirante frenesim explica-se pelas eleições regionais e pela mais do que incerta vitória da coligação nos Açores. E também pela circunstância de que é preciso ocupar o "terreno" depois da erupção Marcelo e do anúncio da ressuscitação do PS, esta semana, no Parlamento. Que dirá disto tudo o Dr. Bagão? Que é mesmo verdade ou que tudo não passa de efeitos secundários do famoso anti-ciclone dos Açores, com a improvisação organizada a fazer o seu caminho?
Adenda: Os 14 minutos de "ruído", multiplicados desfasada e estrategicamente por três, reafirmam o sentido das perguntas feitas. O país e a realidade ainda não chegaram a São Bento e duvido que cheguem algum dia. Será que a "ideia" é transformar o país num imenso "túnel do Marquês", esventrado e embargado?

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