«Herculano foi, talvez, até hoje, o nosso melhor pensador político, pelo menos o que pensou com mais força e empenho. Lê-lo é sempre estimulante. E sobretudo foi um homem que não se rendeu ao chamado "processo histórico" (a expressão não se usava no seu tempo, mas a ideia existia), que avançou no sentido da industralização, da centralização, do conformismo, da carneirização conhecida pelo nome de "democracia". Considerou igualmente detestável a tirania do número e a do chefe. Odiou visceralmente o Estado. Nunca aceitou o dinheiro como promotor da actividade humana, mas apenas como seu modesto auxiliar. E sonhou as pequenas comunidades autogovernadas, ao serviço de pessoas e não de abstracções.»
António José Saraiva, Setembro de 1977
5 comentários:
João Gonçalves, não atire aos bardamerdas com os clássicos. Os tipos não leram, não vão ler e não estão interessados. Esses Portugueses, para eles são merda, de segunda, intelectuais doentios (de doença). Herculano, Martins, Junqueiro, Garrett...
Estes tipos são up-dated. Estão muito à frente. Alegremente.
..., mas Herculano era um Homem.
o falanstério era um tipo de socialismo muito em moda na época.
estas falanges pretendiam reunir comunidades do tipo conventual com base nos mosteiros medievais da Igreja.
faliu como todas as formas de socialismo cada vez mais asfixiante.
no socialismo o estaso é tudo a "res nulia" que nasce no cabanal serve apenas como contribuinte
PQP
AG: Como não estão interessados? Então não foi o ex-ministro Pinho que mandou abaixo a casa onde viveu o Garrett para construir um condomínio ou coisa do género, ali perto da Estrela? Eles interessam-se, mas é só para destruir e ganhar dinheiro. Mas atenção: o Herculano também não era um santinho e como escritor deixava muito a desejar. Alguém hoje tem paciência para ler aquelas pessegadas tipo Eurico o Presbítero? E bem convencido de si que era, incapaz de não se levar a sério, de uma pontinha de humor. Grande xato! Nisso era muito parecido com certos socialistas de hoje... E o Santos Silva, esse aprendiz da germanofilia(os óculos e a careca, pelo menos, já não lhe faltam), tem uns artigos sobre essa primeira geração de românticos, coligidos num livrinho da Celta intitulado «Palavras para um país». Talvez o João Gonçalves encontre lá qualquer coisa para mandar ao bestunto do Augusto.
Eu, não por acaso, li, tudo ou quase. E sei para que serviu o Eurico. Era uma boa bosta esse não clássico. Alguém sabe o que esse senhor escreveu sobre os Descobrimentos? A raça dos saramagos é antiga. Apenas se tornou analfabeta.
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