Reparo, através dos "shares" televisivos publicados nos jornais, que o Jornal Nacional de sexta-feira, na TVI, é invariavelmente o primeiro dos telejornais em audiência. Passou entretanto um ano sobre o regresso da Manuela Moura Guedes e da sua equipa. Conheci pessoalmente a Manuela na sua casa de Lisboa, a Alvalade, perto das piscinas do INATEL, quando acompanhei a Ana Pereira da Silva (então sua colaboradora num programa da RTP e hoje jornalista da Visão) na "passagem de ano" festejada naquela dita casa no princípio dos anos 90, não sei precisar o ano nem interessa para o caso. Entre outros, estavam Judite de Sousa, Alexandra Lencastre e Vergílio Castelo. E Moniz, naturalmente, à altura director da RTP. Foi uma noite divertida. A Manuela tem um "estilo". Nem sempre estou de acordo com ele mas prefiro, de longe, que ela exista (com o seu "estilo" sem o qual não seria ela) a não haver um telejornal como o que ela apresenta e que, competentemente, a sua equipa prepara. Alguém já os desmentiu? Não troco a liberdade de expressão por nada. Informar com verdade é risco e dor. E, num país embotado, atento e venerador como o nosso dói muito. Desprezo a "moleza" institucional da maioria do nosso jornalismo, sempre tão consensual, irrelevante e complacente que tagarela apenas para descanso de quem pode e manda. Parabéns, Manuela.
Foto: daqui
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12 comentários:
Felizmente que temos Manuela! O trabalho que ela e a sua equipa fazem dá para ter um termo de comparação com a alinhada Sic. Irreverente no tempo do cavaquismo, em que o lema era não deixar pedra sobre pedra, a Sic é hoje de uma subserviência impressionante a este poder socialista. Onde está o Governo, há um directo. Ontem só a Sic deu em directo o secretário-geral do PS a falar de europeias. A restante oposição são seres menores da nossa política. A Sic é uma televisão parcial e os seus responsáveis comportam-se como funcionários do PS, obedientes a todas as instruções que chegam de S. Bento ou do Largo do Rato.
Terá alguma coisa a ver com o financiamento do BPP?
Felizmente ainda há quem não tenha medo.
Não falho às sextas-feiras.
Só lamento é que este tipo de jornalismo, em que se procura mostrar a podridão, não se estenda a todos os políticos, sem excepção, e, bem assim, a todos os gestores públicos e privados.
O povo precisa saber bem quem eles são, o que fazem e como enriqueceram ou enriquecem.
Post miserável.
Onde você chegou....
bn
Estes dois derradeiros anónimos recordam-me uma famosa frase de Chateaubriand que vi referida pela primeira vez - imaginem só, anónimos - num livrinho de François Mitterrand, Ma part de verité: o desprezo deve ser distribuído com parcimónia em virtude do grande número de necessitados. E já agora, podem também ficar com René Char que acabou de me passar pelas mãos: "aquele que vem ao mundo para nada perturbar, não merece consideração nem paciência". Cumprimentos.
A mim lembram-me mais uma passagem de um determinado livro, em que o gigante vai apagando o incêndio no palácio real escandalizando o povo anão; claro que, neste caso, estes anões não só se escandalizam com o mijarem em cima do real engenheiro, como guincham, em solidariedade, por duas ou três gotinhas. É vê-los, toda a santa legislatura, de boquinha aberta.
Ó Pedro vá mas é maquilhar-se outra vez por já borrou a pintura.
Por que não usa a gama J. Paul Gaultier?
É mais segura!
Pessoalmente adoro ver o Regime soçobrar, nem que seja só ligeiramente, todas as sextas-feiras na TVI. Dá-me um gozo enorme. Da mesma forma que adoro ver os seus fiéis serventes nos seus ataques ácidos, baixos e reles completamente ad hominem à jornalista em causa, por haver um telejornal que semanalmente não alinha nos critérios editoriais da SIC do Costa e do Largo do Rato, ou da RTP que apenas varia do laranja para o rosa consoante a legislatura.
Parabéns Manuela, pois. E a toda a sua equipa pelo seu excelente trabalho, consubstanciado nas audiências que obtém semanalmente, para fúria do lúmpen socialista (que o premier tão bem personificou com a sua tirada do jornalismo transvestido). Audiências que apesar de pertencerem ao cidadão-tipo do séc. XXI, espectador e não actor, sempre contribuem para que a maioria silenciosa saiba um pouco mais do que realmente se passa. Já é alguma coisa.
Deixa você de usar vaselina, que dela não anda necessitado, pois o que para aí deixa que lhe enfiem não sei, mas que tanta sabedoria lhe escorre pelo amplo orifício, disso não há dúvida. Olhe, faz-me lembrar umas personagens das Nuvens, dum grego que não gostava muito de rabetas nem de modernos.
Este blog é triste!
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