Quando cheguei a casa Mário Crespo estava a entrevistar José António Barreiros. Barreiros é o presidente do conselho superior da Ordem dos Advogados e um homem sensato. Passou por Macau quando Macau tinha espalhada, um pouco por todo o lado, uma imensa subsecção do Largo do Rato encimada pelo "governador" Melancia. Parte do pessoal político recrutado por Guterres e por Sócrates veio de lá. Foram - ou são - ministros, deputados, empresários ou advogados bem sucedidos. Por esta ordem. Barreiros começou por cá como chefe de gabinete de Almeida Santos, uma eminência parda que dispensa apresentações. Só em Macau, porém, se deu conta com quem é que estava metido. Este "incidente" fê-lo regressar e começar tudo de novo, como Barreiros explicou a Crespo. Sou testemunha disso porque Barreiros foi para o escritório ao lado daquele em que eu fingia "estagiar". Este homem é dos poucos que conhece por dentro esta estranha gente que nos governa. Daí a sua lúcida descrença. No dia em que ele se fartar de espiões, que tal escrever umas boas memórias?
13 comentários:
J A Barreiros é um homem sensato e íntegro.
Por mim, pode começar a escrevê-las hoje mesmo.
A história da
Mafia Maçónica Portuguesa usando o know how das triades e dos comunistas chineses é um trabalho de investigação que está por fazer.Barreiros pode dar um bom contributo.É um trabalho indispensável para perceber o estado a que Portugal chegou.
Não escreve, nem nunca escreverá!
Tinha que falar do que não interessa a ninguém, nem a ele!
Vai uma aposta João Gonçalves???
Foi chefe de gabinete do tortuoso Almeida Santos e era inocente?!!!!
Infelizmente, cumpre-se a tradição. Em Portugal só se tem acesso a umas migalhas da fornada de pão doce quando o padeiro trata mal o fermento.
Mas nem é o que o dr. Barreiros fez ao dr. Alberto que mais interessa, isso são, como suscita a metáfora acima espirrada, restos da farinha. O que é urgente, ou seria urgente, saber, é o porquê deste tão férreo empenho de homens como Mário Soares ou Almeida Santos ao sr. eng. Sócrates. Ou muito me engano ou se um dia esta pergunta obtiver uma resposta cabal, é o fim da República. Vai uma aposta, caros cidadãos?!
Rita
Que pena o PR, aparentemente, não ver televisâo...
Apesar de "esgotado" o livro do Rui Mateus, ainda se encontra por aí...ele explica como é que as coisas funcionavam em Macau. Depois disso, deve ter passado à clandestinidade...
Uma reedição que vale a pena fazer.
O livrinho está aqui:
http://rapidshare.com/files/23967307/Livro_Contos_Proibidos.pdf
Cumprimentos,
Paulo
Tenho apreço e consideração pelo JAB mas não me parece que só ao fim de 20 anos de militância e com o currículo e a inteligência dele é que se tenha dado conta "com quem é que estava metido". O que diz quanto ao PS tem uma parte de verdade. Falta é dizer o resto. E não será pouco, em especial sobre os dois últimos terços da transição. E também sobre o pré-Melancia, sobre os isqueiros ou as t-shirts que um certo senhor chinês pagou para as campanhas presidenciais de um antecessor de Soares. Então esqueceu-se dos outros? Que me lembre, assim por alto, também por lá andaram o Alarcão Troni (INATEL), José Carlos Vieira (está na Presidência da República), o Macedo de Almeida (idém), o Afonso Camões (LUSA), o Nuno Delerue (este veio de lá para ser deputado nas listas do PSD), o Diogo Vaz Guedes e o Netto de Almeida, que até tinham como sócio e parceiro do conselho de administração de uma suas empresas nas Amoreiras um funcionário da Administração que com eles assinava os contratos, em nome do Território, sublinhe-se, por urgente conveniência de serviço, e que acabou condecorado por Rocha Vieira, José Hermano Saraiva (a vender programas indecorosos para a TDM), Maria Elisa, os meninos da Luz, os pupilos, Zita Seabra, Álvaro Barreto, António Barreto, a Maria Filomena Mónica, M. Frexes, o Nuno Rogeiro e família (com direito a sala VIP), os senhores da imprensa regional (incluindo um amigo meu mais ligado ao café do que aos jornais e que queria lá ir fazer umas massagens), e até houve quem nomeasse gente que fazia uma perninha em HK, aos sábados de manhã, como assessor para o seu gabiente ou quem fizesse fundações às escondidas, com a massa dos contribuintes e depois marchasse para Lisboa de bandeira encostada ao peito. Convenhamos que toda esta gente que andou por Macau nos últimos 8 anos da transição não tinha propriamente um cartão do PS.
Toda essa gente fartou-se de "facturar", negociando de tudo e com tudo, de sanitas a lugares em Conselhos de Administração... Leia uns jornais locais da época, leia mais uns livros, informe-se! Não tome a nuvem por Juno.
Meu Caro João,
Não sei se depois destes dias todos ainda irás ler o que agora escrevo e lendo, se recordarás esta tua condiscípula de há muitos anos atrás. Provavelmente não. Seja como for, também não é o mais importante. Basta que saibas que sou uma tua leitora.
Escreveste: «Barreiros começou por cá como chefe de gabinete de Almeida Santos, uma eminência parda que dispensa apresentações. Só em Macau, porém, se deu conta com quem é que estava metido».
Tenho ideia que estás enganado. O JAB foi estagiário de um outro nome grado do PS, Salgado Zenha, e julgo que terá sido ele quem o levou para a política. Ora espreita aqui: http://revoltadaspalavras.blogspot.com/2008/02/o-riso-e-o-cuidado.html
Convirás que não é bem a mesma coisa... :-)
Aceita um abraço, também de parabéns, pela tua sempre brilhante escrita.
Cara Nicolina Cabrita
O JAB pode escrever o que quer, tal como eu posso escrever se tiver um blog, ( que não tenho) que sou filha da Rainha de Inglaterra!!!!
Então quando tiver um blog e assinar com o seu nome verdadeiro, digam-me, e depois conversamos, ok? ;-)
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