4.5.09

A DÚVIDA METÓDICA

Esse gigante da filosofia política nacional chamado Jorge Sampaio deu uma entrevista a defender o "bloco central" em caso de as coisas se agravarem e se não houver maioria absoluta. Do partido dele, naturalmente. Sampaio até elogia a "solução" de 83-85 como se aquele contexto fosse reproduzível agora e com estes protagonistas. Um debate sobre o "bloco central", antes de outros actos eleitorais, só serve para embaciar, aliás uma especialidade cara ao referido dr. Sampaio. A "tese" dele é a mesma que serviu para classificar de honras nacionais eventos como o Euro 2004 e a transumância de Barroso para Bruxelas. É a mesma moleza institucional. Esta intervenção só serve para uma coisa. Revelar que já nem os fiéis da seita acreditam na maioria absoluta.

17 comentários:

Nuno Castelo-Branco disse...

Confirmando aquilo que disséramos há alguns dias, os grandes interesses vão mesmo insistir num governo do Bloco Central e assim, testa solução parece irreversível. Desta vez foi Sampaio quem saiu a terreiro defender em "nome da estabilidade" - da qual pouco caso fez quando ainda belenzava -, a necessidade de uma coligação PS-PSD. Uma ideia tão luminosamente inédita, decerto terá faiscado durante uma partida de golfe, onde por "mero acaso", - claro - talvez tivesse visto de longe - claro, nada de confusões... - os habituais convivas de todos os "Chefes de Estado": gente dos media, da finança, off-shoreiros, bolseiros, e outros benfeitores da pátria. Está tudo bem apertado e armadilhado.

Adivinhando-se uma profunda reforma nas instituições e principalmente no sistema de escrutínio e na divisão dos círculos eleitorais, o argumento da grave crise financeira vem muito a propósito. O "princípio de Tordesilhas", escrupulosamente aplicado ao minguante pasto nacional, poderá ser uma vez mais aplicado com o pleno contentamento dos dois convivas. Prevemos desde já tempos difíceis para os "pequenos partidos", isto é, todos os outros que não os rotativos. Pelo que parece, lá do quinto dos infernos, o senhor Afonso Costa continua a governar Portugal aplicando os princípios, chapeladas e exclusivismos que tão bons resultados deram. Como dizia o outro, habituem-se!

Anónimo disse...

Esta gente precisa da jangada do centrão que os manteria a flutuar como eles gostam. Será mais um a bolinar da extrema esquerda para a gamela caviar?

vasco disse...

Este modelo político está ultrapassado. Já tudo se sedentarizou e cristalizou em instituições pouco dinâmicas, lentas, que só serve interesses de famílias políticas instituídas. É o próprio acesso dos cidadãos à política que está inquinado. Basta ver a idade média dos políticos com poder decisivo e influência, para perceber que Portugal vive de estruturas semi-fossilizadas e concentradas em torno de meia-dúzia de interesses. Usa-se o Estado para progredir na banca ou nos negócios e toda a filosofia institucional está dependente de meia-dúzia de criaturas dos anos 60. Não é por acaso que o nosso País tem um dos piores conjuntos urbanísticos da Europa: a fealdade apenas expressa a falta de cultura. E a culpa não é dos jovens, nem do seu alheamento ou do seu grau "rasca": é o modelo partidário, ideológico, que garante o nosso atraso, e impede que os melhores, os mais criativos e os mais jovens acedam aos processos de decisão.

Enquanto não inventarem um modelo de participação mais funcional, duvido que possamos ir a algum lado. E duvido que os nossos políticos, eles próprios, tenham capacidade para desenhar um modelo novo. Estão à espera que alguém invente qualquer coisa na América, para depois o copiar.

O que falta é coragem. Por exemplo, coragem para perceber que não é preciso Bloco Central nem maioria absoluta para haver governabilidade. Basta haver bom-senso: uma boa solução (se não houver interesses escondidos) é simplesmente melhor para todos, e qualquer pessoa decente e inteligente (se não for corrupta) aceita isto como o melhor caminho.

Mas no fundo, como em Portugal não se trata de civismo, mas de cunha, compadrio e imoralidade - vêm estes arautos do progresso falar em maiorias absolutas e cooperação estratégica.

Por mim quero que vão todos à merda. Eu quero um novo modelo político.

garganta funda.... disse...

Depois de ter destruido uma maioria absoluta o cenoura Sampaio agora preconiza um "bloco central"!!!

Palhaço!

ASG disse...

Alguém ainda acredita neste Sr depois do que fez ao demitir um
governo maioritário?

Anónimo disse...

O que Portugal precisa é da Grande Vassourada que limpe o País de políticos como o Jorge Chorona.Ele que faça o Bloco Central na sarjeta com o Soares,o Guterres e o Sócrates.

vasco disse...

Faltaram alguns passos lógicos no meu comentário anterior (problemas do "copy" e "paste"), mas parece que ninguém percebe o essencial:

Portugal precisa de recuperar o seu espaço estético e desenhar uma coisa nova.

Deixo a dica.

Nuno Castelo-Branco disse...

Pois, Vasco, isso ando eu a dizer há anos, mas a questão do tal "espaço estético" amedronta muita gente. E contudo, quando vão a Madrid ou Londres não têm medo e até gostam!

Anónimo disse...

Tá mesmo "balhelhas" o J.Sampaio.
Na política há gajos que não percebem que o seu tempo da publicidade partidária já passou ...
Já deviam tar na paz do Lar (a curtir as s/melhores recordações do passado), ou a instruir os netos ou até a passear por esse mundo fora com as suas mulheres.
Estes ex-PR's do PS estão convencidos que têm de «se cruzar com a história» a toda a hora: não se calam...puxa que "colas"!
É k'isto é cansativo: não temos saudades deles, mas temos que passar a vida a levar com estes "balhelhas" em cima das nossas vistas!
Parem sff.
Agradeceria imenso!
Midarte.

Anónimo disse...

Teve honras "Honoris Causas" no Diário Económico de hoje.

Dentro da lógica do poder, ainda se confundem "vários graus de poder", ou seja, a diferença entre "SER PODER e sentir o Poder".

Pelos vistos, "já não é poder, o que não significa que deixe de sentir o poder".

Ainda vai demorar uns anos a perceber isto, ou será defeito do Cavaco em não actuar como nos últimos meses do SEMPAIO.

A

Rui

vasco disse...

Acredito que sim, Nuno. Acredito que sim.

Creio que esse factor tem a ver com o facto de Espanha ou Inglaterra serem monarquias, onde existe sempre um último reduto de identidade e de estética - para lá dos disparates circunstanciais do parlamentarismo. Há sempre uma coisa maior, uma espécie de entidade mística e florestal, que desenha a paisagem e define a cultura de um povo. Se me faço entender. Mas a verdade é que também há reis que não valem um caracol.

A grande vantagem é que uma Monarquia é muito mais barata do que uma República.

joshua disse...

Por um lado é bom sinal sabermos que é por puro desespero aparecerem a falar estes títeres Sampaio e tantas vezes Soares.

Os Interesses alojados no Estado, gente inconfessável aflita pela perda adivinhada da Teta Magnífica, mete a mão por baixo de esses bonecos Soares e Sampaio e eles mexem os lábios e o corpo. São bonecos. Fazem o seu papel. O ventríloquo é essa gente inconfessável e esses interesses discretos, esconsos.

Bloco Central, Cooperação Estratégica? Ideias parvas em cromos cansativos.

Nuno Castelo-Branco disse...

Para o Vasco:
Existem "reis que não valem um caracol". Exacto, mas a instituição vale por si. Na "república" (que Portugal ao longo de 8 séculos jamais deixou de ser -, o presidente deve ser sempre genial, porque dados os comprometimentos, a instituição pouco ou nada vale. E quantos a "homens geniais" em Belém, também nada há para declarar, nesta autêntica alfândega de 1910.

justiceiro disse...

Continuam todos anti-PS.
Todos: blog e comentaristas.
Mude o nome do blog para:
"anti-PS".
Seja honesto.

joshua disse...

Ó Justiceiro, até que o PS deixe de ser pró-PS clientelar, pró-PS demagogia, pró-PS como Cosa Nostra pró-grandes Cunhas, grandes Despesismos, grandes Compadrios, Olhão, Braga, Vara, Castelo de Vide, pró-Irresponsabilidade Espectaculosa e, portanto, por palavras e actos, completamente anti-Portugal alienável a Espanha, as galinhas terão dentes.

Portugal é muito mais importante que essa decomposição moral sita no Rato.

Miguel Neto disse...

S.Exa. o ex-presidente de todos os portugueses disse isso?

Eu a pensar que ele poderia andar por aí a mal dizer estes "novos tempos", queixando-se que por muito menos "espectáculo" do que aquele que nos tem sido oferecido por este governo tinha ele dissolvido a anterior maioria parlamentar!

Anónimo disse...

Esse «Justiceiro» deve ser o SantosSilva, ou o SilvaPereira, ou outro capaxo qq do Sócrates,nã?Tem mesmo essa pinta e não enganam, logo deviam dar o nome e a cara.
É que com a farsa do "justiceiro" só pode ser gato escondido com cu de fora.
Vá para o diabo oh complexado duma figa ...
M.Lino.