«O erro económico de José Sócrates está em acreditar que o investimento público é bom em si mesmo. O primeiro-ministro demonstra uma fé cega na virtualidade imperativa dos projectos: basta anunciá-los e gastar dinheiro para a economia arrancar. Esquece que todo o dinheiro que gasta vai tirá-lo ao bolso dos contribuintes. Tal como o investimento privado, os projectos do Estado têm de ter utilidade e justificação. Aliás até têm de ter mais, pois usam o dinheiro dos pobres. Apostar milhões em obras faraónicas nunca resolveu nenhuma crise.Pior ainda, na ânsia de realização, esquecem-se os custos lançados sobre as próximas gerações. Além das enormes despesas de manutenção, ao garantir aos concessionários das futuras auto-estradas mínimos de tráfego que nunca vão ser cumpridos, o actual Governo hipoteca os orçamentos nacionais no horizonte previsível. Tal política raia os limites da infâmia.»
João César das Neves, Diário de Notícias
João César das Neves, Diário de Notícias
8 comentários:
como os pobres gostam de socialismo
vão ter a oportunidade de pagar a crise.
a falta de cultura leva os pobres a confundirem socialismo com justiça social.
de acordo com os socialistas duzentos anos depois da revolução francesa a culpa ainda é dos padres.
radical livre
Nunca como agora o epíteto Coveiro de Portugal se aplicou tão bem a este homem.
Será que vamos continuar impávidos e serenos?
15.11.08 - O economista João César das Neves afirmou ontem à Lusa que a estagnação da economia portuguesa no terceiro trimestre é um sinal positivo que afasta o "cenário dramático" de recessão que se andava a anunciar.
"Para já, contraria aquele barulho que se fez há tempos quando se dizia que ia haver uma recessão em Portugal no final do ano, com o terceiro e os quarto trimestres negativos", acrescentou. Segundo César das Neves, os números mostram que a economia portuguesa "parou"."A economia já andava a crescer muito pouco e agora parou", sintetizou. O professor universitário prevê, face a estas estimativas, que no próximo ano a economia portuguesa continue parada, com crescimentos ou quedas muito próximas do zero.
Parece que César das Neves corre ao sabor dos ventos.
Tal política supera de longe os limites da infâmia.
Oh "Ruyzinho"... já viu a data em que ele disse isso? Novembro? Acha que a crise anda a passo lento e que a economia, nestas circunstâncias, é tão previsível como as "ideias" do senhor 1º ministro?
Aqui vai o exemplo do Japão..
http://www.nytimes.com/2009/02/06/world/asia/06japan.html?_r=1&scp=4&sq=Japan&st=cse
Moreover, it matters what gets built: Japan spent too much on increasingly wasteful roads and bridges, and not enough in areas like education and social services, which studies show deliver more bang for the buck than infrastructure spending.
Oh Joãzinho,
Leia e medite:
Em 26 DE OUTUBRO ultimo, escrevemos isto, eu que não tenho cátedra meu caro - Orçamento 2009 - um orçamento mistificador – onde considerámos como pura fantasia o valor do crescimento previsto pelo governo para 2009 de +0,6% do PIB.
Reproduzimos aqui o que então escrevemos:
Desde 2001, que o crescimento económico do País (reflectido no PIB) tem acentuado a divergência com os países da União Europeia.O Euroststat prevê para 2009 um crescimento médio do PIB para os países da UE de apenas 0,2%.O Orçamento de Sócrates para 2009 prevê um crescimento de 0,6%. Isto é, um crescimento triplo do que é estimado para os restantes países da UE.Esta pretensão é mais do que uma fantasia. Uma idiotice, não fosse o seu propósito mistificador. Estimamos que Portugal não escapará a uma recessão de pelo menos 1%. Neste sentido, serão igualmente fantasiosas as previsões de Ferreira Leite quando admite um crescimento máximo de 0,3%.
Tudo isto em OUTUBRO, coisa que o catedratico João César das Neves não previa e achava inverosímel em meados de NOVEMBRO.
Caro comentador Ruy:
recessão e estagnação são coisas diferentes. Também acho que são coisas diferentas e não necessariamente contraditórias as previsões do prof. César das Neves para a economia portuguesa e este texto dele, crítico dos investimentos do Estado.
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