«O debate público sobre a eventual legalização das uniões entre pessoas do mesmo sexo é importante como o são debates sobre outras questões que respeitam a parte ou a toda a sociedade. E todas as alturas são boas para debates públicos. Ou não? Em Outubro de 2008 o Bloco de Esquerda propôs legislação nesta matéria. O PS rejeitou a proposta e não achou boa a ocasião para o debater. E, na altura, não houve um Prós e Contras para debater o assunto. Em Fevereiro de 2009, o secretário-geral do PS prometeu apresentar legislação sobre o tema depois das eleições. E, agora, o Prós e Contras já achou boa a ocasião para debater (RTP1, 16.02). O Prós e Contras, afinal, não é apenas escravo da agenda do governo. Também obedece à agenda pessoal de um político, o secretário-geral do PS. A promessa de Sócrates é feita ainda enquanto candidato à reeleição, o que significa que o Prós e Contras intervém no debate interno de um partido como se ele fosse o partido único e intervém a favor da agenda pessoal do chefe. O programa não debateu o tema quando ele esteve de facto no parlamento. E a proposta legislativa do PS neste domínio, a existir, será debatida daqui a cerca de ano e meio, e poderá nem passar se não houver maioria. A submissão política do Prós e Contras da RTP desceu ao nível da ignomínia.»
*Eduardo Cintra Torres, in Público
*Eduardo Cintra Torres, in Público
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