«A medida correcta seria, pura e simplesmente, a total desregulamentação do casamento. Trata-se de uma sólida Instituição que precede o Estado e até as religiões e, como tal, não necessita de regulação exógena para subsistir. Ou seja, o Estado deve manter-se totalmente neutro perante as opções afectivas assumidas livremente pelos indivíduos, de acordo com os respectivos padrões de valores, religiosos ou outros. A bem da liberdade individual, pugnemos antes pela revogação de toda a panóplia de leis que regulamentam o casamento e as uniões de facto, incluindo aquelas que atribuem direitos e deveres de natureza fiscal e sucessória.» Escrevia Almada Negreiros, no final do seu Nome de Guerra: não te metas na vida alheia se não quiseres lá ficar.
3 comentários:
Anormal e anormalidade são palavras que soam aos meus ouvidos com uma frequência que me é indesejável.
Detesto tudo o que se afasta das normas, dos padrões correctos amplamente desejados; detesto as irregularidades absurdas, principalmente quando nada acrescentam à harmonia e à beleza das coisas.
Quando era menino, adorava observar o azul do céu naquelas ocasiões em que se tornava ainda mais encantador por força do contraste com os novelos de nuvens muito brancas; era o céu normal, para mim. A anormalidade acontecia quando o azul desaparecia, as nuvens brancas davam lugar a outras negras, que despejavam água em quantidade muitas vezes não desejável, e que, ao movimentarem-se no espaço, provocavam ruídos e luzes assustadoras.
No quintal da casa que constituía a minha habitação, muitas horas passei a observar as plantas e as bichezas que por lá havia. Observava para tentar compreender, naquela altura em vão, como apareciam, como se desenvolviam e como desapareciam.
Surpreendia-me, por vezes, ao deparar com bichezas da mesma espécie mas ligeiramente diferentes na cor ou no tamanho. Anormais, aceitava eu.
Nas plantas verificava a existência de algumas situações similares: plantas da mesma família que não se desenvolviam de forma idêntica, umas com caules direitos outras com eles retorcidos, evidenciando, por isso, para mim, uma certa anormalidade, que não constituía, de forma alguma, obstáculo à realização do fim que esteve na origem do seu aparecimento.
Sem conhecer as causas que provocaram o estado em que apareceram, encontrei ao longo da minha vida, que felizmente não é curta, alguns seres humanos que não respeitavam as normas da espécie a que pertenciam. Sem braços, sem pernas ou com estes membros fortemente atrofiados, com dedos em número fora do normal, incapazes de ver, de ouvir, de falar. A estas anormalidades de ordem física encontrei outras do foro psíquico.
Os cientistas têm-se esforçado por encontrar meios de correcção de tais anormalidades, já que se torna difícil senão impossível evitar o seu aparecimento.
E resultados muito positivos têm sido alcançados.
Conheci crianças que nasceram com o lábio superior e o palato fendidos e que ficaram quase normais por força de operações a que foram submetidas. E o que dizer das próteses para substituir pernas e braços. Já se fala no desenvolvimento de um aparelho que permitirá aos cegos ver, em certas condições.
As aberrações sempre surgem e o desejável é que haja suficiente inspiração dos cientistas para as reduzir e até eliminar.
Uma das aberrações que está muito em voga, até pela propaganda que a comunicação social imbecilmente faz, é a dos paneleiros e das lésbicas.
A anormalidade dos paneleiros resulta da utilização indevida de dois órgãos fundamentais: o ânus e o pénis.
Estes dois órgãos têm funções específicas: o ânus, para a saída do nosso corpo dos dejectos que constituem a parte dos alimentos que não foi aproveitada na digestão; o pénis, para a saída da urina e para a copulação.
Ora, acontece, que o paneleiro, por razões que os médicos não desconhecem, altera, em parte, as funções destes dois órgãos. Para o pénis, pobrezinho, reserva apenas a função da saída da urina; ao ânus acrescenta uma função estúpida para a qual não foi criado.
Se os médicos conhecem a origem, também podem encontrar a cura. E seria óptimo que ela aparecesse já, se é que ainda não existe, para se evitarem, de uma vez por todas, os espectáculos degradantes, indecentes, nojentos que esses anormais, com o apoio da comunicação social, ela lá sabe porque o faz, constantemente andam a dar.
E desapareceria a preocupação que os paneleiros e seus assimilados mostram pelo aproveitamento da lei que não prevê as anormalidades de que muito se ufanam.
a última coisa que desejo é que o estado regulamente
mais a minha vida. só falta indicar com quem devo ir para a cama.
estou cansado de socialismo aldabrão, ladrão e por aí fora.
PQP
radicallivre
Também eu sugeri ao Miguel Vale de Almeida, no «Jugular», que a solução correcta seria desregulamentar o casamento. O casamento civil é uma invenção recente e não há razão nenhuma para que se eternize como instituição.
A resposta do Miguel foi uma pergunta: «E daqui até lá fica tudo na mesma?»
Em tese, o casamento homossexual implica logicamente o casamento poligâmico, poliândrico ou incestuoso. Mas as sociedades não são lógicas: consigo imaginar a nossa a tolerar o casamento homossexual, não a consigo imaginar a tolerar os outros.
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