Outro "ajudante" de Sócrates, o "jovem" Passos Coelho, é endeusado, uma vez mais, como a vulgaridade da moda no suplemento de domingo do Público. Bastou-me o título - "O PSD afastou-se da sua genética" (qual? a de andar a roçar o cu pelos sofás e pelas cadeiras das secções, agarrados a cervejolas, à espera que reparem na "devoção"?) - e a "novidade" de que canta (?) ópera no carro, em casa e na casa de banho para ficarmos por aí. Se isto é uma elite para o futuro de Portugal, então eu prefiro ser um homem do século XVIII ou XIX. Pacheco Pereira, com manifesta brandura, chama-lhe uma biografia do nada depois de se ter dado ao trabalho de comentar os "treslidos" do "candidato" (candidato a quê?) em matéria filosófica. Já que o "candidato" aprecia filosofia - mesmo não fazendo a mínima ideia que ela serve precisamente para incomodar a estupidez - recomendo-lhe Sloterdijk e as suas "Regras para o parque humano": «poderíamos definir os homens dos tempos históricos como animais, dos quais uns sabem ler e escrever, e outros não.» Literalmente, dr. Passos Coelho. Literalmente.
16 comentários:
Pensei que, quando a unidimensionalidade, só me teria de haver com Sócrates, mas eis que um clone emerge, saído, como Eva, da costela de Adão, da fronha imberbe e iliterata de Sócrates: Passos Coelho.
Por mim marcará passo nas suas pretensões bacocas a líder, remetido a leituras a sério, que as que elenca não o violentaram suficientemente, ao ponto de lhe arruinarem a pose Correcta-que-Tresanda.
Repare-se bem na última frase do recorte:
PPC não diz, apenas, que "leu Voltaire antes de Eça ou de Camilo" - o que já seria curioso. Ele recorre, também, ao verbo "conseguir"...
Gostaria muito de conhecer as leituras e demais referências culturais da mui erudita dra. Ferreira Leite. Devem ser esmagadoras...
CAA
O mais triste é que é inevitável que Passos Coelho se torne P. Ministro. Se não for este ano será daqui a 4 ou 5. E aqueles que o "adoram" vão perceber, daqui a esses anos, que ele vai ser um grande erro de calculo. Como Sócrates foi.
Tinha cerca de 18 anos quando li o Crime e Castigo. Em verdade digo, que comprei o livro sem qualquer expectativa, sabendo, apenas, que era considerado um grande clássico (e sabendo, também, que isso de clássicos não me interessava para nada, porque o que me interessava realmente era sentir e reflectir). Por isso, o que me leva a dizer que Crime e Castigo é uma grande obra, é esse mesmo valor, o valor de nos fazer SENTIR, de nos preencher o espírito com febre, êxtase, arrebatamento e grandes ideias.
Já ofereci, muitas vezes, o Crime e Castigo, a conhecidos meus e a maioria deles, depois de ler, diz que não gosta ou que não se sente empolgada com a história. Mas, ao mesmo tempo, também me dizem que é uma das maiores obras da literatura da humanidade.
Isto faz-me lembrar agora o facto do Passos Coelho dizer que só conseguiu ler mais tarde o Crime Castigo, talvez, porque só aí se apercebeu que era um clássico e que fica bem dizer que se leu, mesmo quando não se sentiu, ou não se percebeu... E em Portugal, embora, já não reine um Rei reina a Pedantaria.
Você não sabe como eu rezo, todos os dias, para que apareça uma geração arrojada para colocar toda esta gente no caixote do lixo. Estou cada vez mais farto!
leitor atento
Este betinho ,de sua graça Pedro Passos Coelho, é um produto típico do pós-abrilismo.
"Formou-se" politicamente nas secções dos jotinhas; colou alguns cartazes; berrou alguns slogans de ocasião; apoiou os "líderes" como é da praxe; e muito sonsamente foi subindo na "hierarquia" das concelhias e/ou distritais até aos directórios nacionais.
Não se conhece deste senhor um pensamento, uma acção, um livro, uma obra, um plano, uma equipa ou simplesmente alguma humildade ou urbanidade democrática perante a líder eleita e em funções do seu partido.
Faz o jogo dos socretinos.É um sucedâneo desta trupe.
Deus livre o PSD dalguma vez ter este cromo betinho na liderança.
Seria o fim deste partido!
Deus nos livre de mais um 'nada'.
O livro que tera lido e relido sera o " O UNICO E A SUA PROPRIEDADE " do Max Stirner, e a sua perfida leitura explicaria a sua atitude
Karel Van Mander
É nestes momentos que, lavado em lágrimas, dou por mim a recordar com saudade o Mendes Bota e a sua paixão assolapada pelos "Tio Patinhas" e livritos quejandos.
É igualmente um morcão irremediável - mas ao menos é genuíno.
"Gostaria muito de conhecer as leituras e demais referências culturais da mui erudita dra. Ferreira Leite. Devem ser esmagadoras..."
Não creio que a dra. Ferreira Leite alguma vez tenha alimentado a ideia de ser “mui erudita”, uma verdadeira maldade. O PPC dá-se ao boneco e a contenção de MFL deixa o CAA impaciente e agastado. Maldita MFL!
Má, má má!
dutilleul
Como aprecio ouvir meninos pedantes armados em cultos.
És fodido, pá. Um gajo já não pode ler O Castelo, enquanto manda uma borra?
Realmente, pá, um tipo tem de chegar aos 45 para perceber que o Crime e Castigo é um clássico. E, se chegar a tempo, ainda bota os olhos no restante.
Foda-se, foda-se, foda-se...
Mais piada tem a vaga de "incorrectos" que aqui vem zurzir no PPC. Eu li a entrevista e acho que ele é melhor do que a maioria dos que para aí andam. Os senhores comentadores de cima, que tanto temem pelo futuro do PSD, esse amontoado de interesses sociais-liberais-corporativos, que se cheguem à frente.
O Recorte diz Tudo. LOOOOOOOOOOOOL
Y ainda: Uma verdadeira fenomenologia do ser .... Com os Diabos! Como é concebível???????????
O dr. Pedro Passos Coelho é um dos políticos de "plasticina", como são quase todos. Feito, formado, educado e formatado (quase em exclusivo) dentro do seu partido (era uma cara nova lá para 1990). Com todos os "vícios e saberes" da escola partidária. Tem 44 anos mas às vezes parece mais velho que Manoel de Oliveira.
Creio, pelo que tenho visto e pelo que vou sabendo, que o dr. Pedro Passos Coelho é mais do mesmo: imagem, marketing, promessas, ambição pessoal, clientelismos, tricas e intrigas. Relativamente a S. Exa. José Sócrates, é a mesma face da mesma moeda, talvez menos autoritário. A "imagem" dr. Passos Coelho está neste momento a ser "fabricada" e esta brochura, perdão, "entrevista" é um sintoma disso mesmo.
Não considero que a dra. Manuela Ferreira Leite seja a perfeição em pessoa. Mas é talvez, dos líderes partidários, quem pode personificar a mudança que reclamo no perfil dos que fazem a política.
Depois não percebo aqueles que, vivendo nós este momento de crise, consideram que a dra. Manuela Ferreira Leite não é uma alternativa credível e que não a reconhecam como alguém capaz de entender e encontrar soluções técnicas e políticas para esta crise.
Quer dizer, até acham que o eng. da licenciatura ao domingo e dos projectos das casinhas tem capacidades e saberes para ser 1º Ministro nestes tempos de crise, mas a dra. Manuela Ferreira Leite não. Talvez porque não se ter doutorado num domingo. Não se sabe "desenrascar".
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