Eduardo Pitta quando lhe puxa o pé para a ficção política é um péssimo escritor. Com que então «daqui a dez dias, os funcionários públicos vão ter um aumento de 2,9% — o maior dos últimos dez anos»? E o que é que eles ganham objectivamente com isso, depois de anos e anos a perder poder de aquisição, quando o aumento é "comido" pela inflação (mesmo optimisticamente a 1%) e pelo incremento negativo de uma economia periférica sem produção própria? O mesmo se diga das «almofadas suficientes para facilitar a vida de grande parte da população.» Quais almofadas? Isto é conversa fiada que não lembra ao mais diligente serventuário do admirável Sócrates que Pitta - sabe-se lá porquê - acha sublime e insubstituível. Finalmente e «sem a intervenção do Estado, uma fatia (pequena que seja) da classe média estaria agora na miséria.» Presume-se, pelo contexto, que Pitta se refere à intervenção em dois bancos onde essa "pequena fatia" da classe média estava "almofadada". Engana-se. Apesar da "intervenção", o nosso sistema financeiro está descredibilizado internacionalmente. E as "classes médias" são as primeiras a pagar esse descrédito como, se formos todos vivos, se constatará amplamente em 2009. Aliás, o seu querido líder, depois de ter andado a papaguear que a crise não nos tocava (ou que tocava em menor escala), já foi avisando que o ano que Pitta prevê «longe do desastre anunciado» vai ser o "cabo das tormentas". Ainda bem que há "navegadores" como Pitta que conseguem enxergar bons portos no meio das tempestades. Pode ser que, à falta de outras coisas, alguém aprecie mais o palavreado reconfortante de Pitta (que segue ao milímetro a cartilha oficial) do que a realidade. Quando ela lhes entrar pela casa adentro (em menor escala do que à generalidade dos portugueses porque Pitta ainda é, por assim dizer, um privilegiado), aí falamos. Porque na cabeça já se percebeu que ela nunca entrará.
Nota: Alguns leitores não gostam da foto. Julgo, porém, que ela "retrata" perfeitamente a inebriante leveza do "ser português" perante a realidade e, sobretudo, perante o admirável Sócrates. É horrível, não é? Mas a realidade não é melhor.
Nota: Alguns leitores não gostam da foto. Julgo, porém, que ela "retrata" perfeitamente a inebriante leveza do "ser português" perante a realidade e, sobretudo, perante o admirável Sócrates. É horrível, não é? Mas a realidade não é melhor.
4 comentários:
Um pequeno comentário:
2.9 por cento de "aumento" com a infacção a 2 por cento significa um aumento, de facto, de 0.) por cento, que não chega para compensar os anos anteriores em que os andaram a enganar com a estimativa da inflacção;
Os combustíveis estão ao preço da Primavera de 2006, enquanto o brent está ao preço do Verão de 2004;
O pão aumenta fortemente, enquanto o trigo deceu para metade, e a electricidade vai subir para mais do dobro da inflacção prevista;
Os licenciados analfabetos, com o ensino que temos, subirão, embora o encerramento da Independente tenha dado uma ajuda
e chamado banco dos vigaristas, salvo com o dinheiro dos contribuintes, andou à rédea solta por inacção do BdP.
Premonições..Eduardo Pitta pode equivaler ao Professor Bambo da política.
A Foto! Concordo! Mas esqueceste que nós A-d-o-r-a-m-o-s ser Enganaditos. Logo, engana lá a gente TB! Vá!, João. Vá! Lá!
Tenho no blog umaamostra da nova arte chinoca ... pode ser inspirador ... Vale.
PS.: Tenho horror a essa foto. Mas se fosse a mãe da garota ou a avó, processava-te! ;)
Há muitos Funcionários Públicos.
Há os que ganham 400 e os que ganham 5000. Para estes não me parece que tenha havido perda no poder de compra nos últimos anos...
Mas nem o PCP nem o BE querem acabar com os aumentos em percentagem...
Feliz Natal.
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