12.8.04

SUBSERVIÊNCIA

O Dr. Sampaio, numa daquelas prestações folclóricas que lhe são particularmente caras, andou embarcado na "Sagres". A viagem levou-o até aos Jogos Olímpicos, na Grécia, cuja abertura ocorre agora. No "caminho" escreveu uns "diários de bordo" que um jornal anda a publicar. Não os posso comentar porque, naturalmente, não me apetece lê-los: desde há uns tempos que deixei de levar a sério o que escreve e diz Sampaio. Levou, na embarcação, uns jornalistas e, de manhã na rádio, certamente inspirado pela maresia, debitou umas vulgaridades acerca dos "nossos atletas". Depois, num acesso feliz, recomendou que não se pensasse em realizar Jogos Olímpicos em Portugal, por manifesta falta de "infraestruturas". Mesmo embarcado, Sampaio não quis deixar de se pôr uma vez mais em sentido diante de Souto Moura, o nosso querido "Grande Inquisidor". Não fosse este ficar incomodado, Sampaio mandou emitir uma "nota" onde esclarecia que nada tinha a opôr à "nota" antes divulgada pelo primeiro sobre as "cassetes". Parece que, quando muito, Sampaio apenas "sugeriu" a Santana Lopes que recebesse a veneranda figura. E Lopes também lá se curvou respeitosamente perante o homem, em quem, aliás, "confia" plenamente. Não lhes ocorre, a um e a outro, que quem não confia minimamente neles, e tem manifesto "horror" aos "políticos", é Souto Moura, por eles, "políticos", escolhido. Com o seu sorriso enigmático, ele limita-se a agradecer, ao poder político democrático, a subserviência.

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